Eletrodomésticos têm forte queda, diz IBGE

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                        A atividade industrial geral teve retração de 8,1% entre janeiro e novembro frente ao mesmo período de 2014.

A queda na produção de eletrodomésticos ajudou a puxar para baixo a atividade da categoria de bens de consumo duráveis no último ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A produção de eletrodomésticos caiu 22% entre janeiro e novembro ante igual período de 2014, segundo a Pesquisa Industrial Mensal divulgada ontem pela entidade. Para o gerente da coordenação de indústria do IBGE, André Macedo, além do baixo nível de confiança dos brasileiros, o crédito mais caro e escasso tem afetado o desempenho da categoria.

"Tem também o mercado de trabalho menos favorável do que em anos anteriores, renda evoluindo de forma mais lenta e inflação maior."

O cenário apurado pelo IBGE é reforçado pela Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), que estima ter registrado queda de 20% nas vendas no último trimestre. A Eletros representa fabricantes de linha branca e marrom. Já a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), que reúne apenas empresas de linha marrom, estima queda de 20% na produção em 2015.

"O desempenho do setor eletroeletrônico no decorrer do ano passado foi pior do que o apresentado pela indústria de transformação e também pela indústria em geral", destacou o presidente executivo da Abinee, Humberto Barbato, em nota.

De acordo com o IBGE, a redução das jornadas de trabalho e a concessão de férias coletivas em várias unidades produtivas também contribuíram para a retração na produção de eletroeletrônicos.

"A maioria das empresas tem reduzido a produção para ajustar estoques. O período de férias coletivas, geralmente 10 dias, agora foi de 20 dias", comentou o presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, em entrevista ao DCI.

A categoria de bens duráveis também recebeu influencia negativa cadeia automotiva (-19,1%) entre janeiro e novembro. No ano, a produção de bens duráveis teve decréscimo de 18,3% ante o mesmo período de 2014.

Em igual base de comparação, a categoria de bens intermediários caiu 4,9%.

No acumulado entre janeiro e novembro, o indicador geral da atividade industrial caiu 8,1% sobre um ano antes. Em novembro a queda foi de 12,4% ante igual mês de 2015.

Bens de capital

A categoria de bens de capital, termômetro dos investimentos no setor produtivo, liderou as perdas mais expressivas no indicador geral em novembro. Naquele mês, a produção despencou 31,2% ante a 2014. No acumulado do ano, até novembro, houve queda de 25,1%.

Segundo o IBGE, a redução da atividade na categoria foi embalada pela "menor fabricação de caminhões, caminhão-trator para reboques e semirreboques, veículos para transporte de mercadorias, reboques e semirreboques, embarcações para transporte de pessoas ou cargas (inclusive petroleiros e plataformas), aviões, ônibus e vagões para transporte de mercadorias".

Extrativa

O desastre na barragem de mineração da Samarco e a greve na Petrobras também contribuíram para a piora da produção no País em novembro. "As principais influências negativas [entre os setores] foram em indústrias extrativas e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis. Esses ramos foram influenciados pelo rompimento de uma barragem na região de Mariana (MG) e pela greve dos petroleiros", destacou o IBGE.

No último mês do ano a indústria ainda deve apresentar resultado ruim. Segundo o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) a atividade deve apresentar queda pelo 11º mês seguido.

 



Veículo: Jornal DCI


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