Uma ameaça praticamente invisível. É assim que as pessoas encaram o mosquito Aedes Aegypti. Doenças como a dengue, zika vírus e a febre chikungunya são transmitidas por esse mesmo mosquito. Um inseto que causa terror e pânico na população a muitos anos, agora faz crescer a histeria devido a notícia que crianças e grávidas correm mais riscos do que os outros.
Todo o verão nos deparamos com os mesmos problemas, epidemias, hospitais lotados e estatísticas assustadoras. Como forma de defesa, investimos em repelentes e em cartilhas para eliminar foco de procriação do mosquito. Esse ano podemos sentir o reflexo daquela velha lei de “oferta-demanda”.
2016 mal chegou e já bate recorde de vendas em repelentes. De acordo com pesquisas um aumento que representa mais de 1.000%. A indústria está aquecida e vem trabalhando dobrado para conseguir suprir a demanda e abastecer as prateleiras.
O Multifarmas (comparador de preço focado em drogarias e farmácias) registrou um aumento de 527% na procura por repelentes, comparado ao mesmo período de 2015. O diretor da empresa tem uma explicação. “Esse ano, a mídia de massa repercutiu mais o assunto. O motivo são as novas incidências com zika vírus e o seu efeito contra gestantes e crianças. Talvez isso tenha incentivado as buscas.”
Nesse verão está muito difícil encontrar certas marcas de repelente nas farmácias de rua. As pessoas quando encontram, optam por comprar três de uma única vez, com medo de não encontrar mais. Esse aumento nas compras levou uma inflação no preço do produto, ou seja, as drogarias e farmácias aproveitaram a demanda para subir os preços indiscriminadamente. A pior parte é que a Anvisa (órgão controlador do setor farmacêutico) não pode fazer nada, pois os repelentes não se enquadram na categoria de medicamentos, o que o deixa a mercê das “regras de mercado”.
De acordo com as estatísticas do Multifarmas, os repelentes mais procurados são: Exposis e Off, seguidos por Repelex e Xô inseto. A variação nos preços chega a ser de 81% para esse tipo de produto. “As pessoas sentiram o impacto da falta de produtos nas prateleiras e dos aumentos abusivos nos preços praticados pelas drogarias. Em determinadas regiões do Brasil é possível registrar um aumento de até 90% nos preços nas lojas físicas”, analisa um dos fundadores do site Multifarmas, David Almeida.
A dica que o Multifarmas passa para o consumidor, busque orientação médica, assim você saberá qual o melhor tipo de repelente para sua pele. Além de evitar agir por impulso, procure as melhores ofertas e tenha certeza que está pagando um preço justo.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG