Pãozinho ficou 15% mais caro em Santa Maria em um ano

Leia em 2min 20s

                           Desde janeiro de 2015, pão francês aumentou acima da inflação em Santa Maria em supermercados e padarias.

Em um ano, o preço do pão cacetinho em supermercados e padarias aumentou, em média, 15%, em Santa Maria. O percentual é maior do que a inflação do ano de 2015 na cidade, que foi de 10,51%, conforme o Índice do Custo de Vida de Santa Maria (ICVSM).

Mas ainda é possível encontrar o pãozinho nosso de cada dia a valores (quase) iguais aos do ano passado – confira a pesquisa de preços ao lado. Comparar valores também pode trazer economia. Em 23 padarias ou supermercados pesquisados ontem e na última semana, o preço varia de R$ 5,98 a R$ 10,90, o que corresponde a 75% de discrepância.

Mesmo que tenha ficado acima da inflação, o aumento de preços no pãozinho acompanha a tendência de outros alimentos e produtos, que sofreram o impacto da alta na conta de energia elétrica, que chegou a 56%, dos combustíveis e de outros custos de manutenção dos negócios. Porém, se até o cacetinho está mais caro, é porque outros produtos da padaria também estão:

– O pão francês é o último a ser reajustado. Se ele ficou mais caro, o pão sovado e outras variedades aumentaram antes. O ruim é que mesmo se a tarifa de energia chegar a baixar, os preços não voltaram ao que eram antes, mas vai ser incorporado aos preços – explica o economista e coordenador do curso de Economia da Unifra, Mateus Sangoi Frozza.

Mercado externo

Frozza também projeta para 2016 que a tendência é que os preços dos derivados do trigo sigam em alta no país. A explicação é que o principal fornecedor da farinha usada nas padarias é a Argentina, cujo novo presidente alterou as regras que regem as exportações do país e os produtores estão buscando novos mercados.

Com isso, desde janeiro o Brasil está tendo de importar trigo de países como o Canadá a um custo maior. A cotação do dólar, acima de R$ 4,  também contribui para o preço mais caro da farinha, que é importada.

– O grande impacto dessas mudanças no país vizinho é no trigo, que é o produto que importamos em maior quantidade e agora está faltando no mercado – acrescenta Frozza.

Mas a alta de preços também tem outros fatores: o período de férias, que gera mudanças de hábitos, pode abrir espaço para esses reajustes. A compensação dos gastos maiores com combustíveis também ajuda a explicar o fenômeno. Como neste primeiro mês do ano gasolina e etanol já estão tendo novas altas de preços, produtos de consumo diário também devem seguir aumentando de preços.

 



Veículo: Jornal Zero Hora - RS


Veja também

Crise já reduz consumo de produtos à base de trigo

Diante de um quadro de recessão, a mudança de hábito da população é natural. C...

Veja mais
Consumidores de Itajaí devem ter o maior gasto de SC com materiais escolares

Os consumidores de Itajaí devem ter o maior gasto do Estado na hora de comprar os materiais escolares, segundo pe...

Veja mais
Produção industrial brasileira fecha 2015 na maior queda desde 2003, segundo IBGE

A produção industrial brasileira encerrou 2015 com o maior tombo em 12 anos. O recuo de 8,3% é o ma...

Veja mais
CNI aponta uma queda real de 8,8% em 2015

O faturamento da indústria teve queda real de 0,6% em dezembro na comparação com novembro e recuou ...

Veja mais
Varejo paulistano tem pior janeiro em 21 anos

      Veículo: Jornal O Estado de S. Paulo...

Veja mais
Governo volta a elevar impostos, agora de chocolate, sorvete, cigarro e ração

      Veículo: Jornal O Estado de S. Paulo...

Veja mais
Índice de confiança do industrial brasileiro avança em janeiro

A confiança da indústria avançou em janeiro, frente a dezembro, diante do ajuste de estoques, segun...

Veja mais
Aposta para a Páscoa são ovos menores e com preços mais acessíveis

Sai de cena um Papai Noel combalido pelas pressões que o consumidor teve de sustentar sobre o bolso em 2015 para ...

Veja mais
Pancadas de chuva favorecem lavouras e colheita de soja no país

Chuvas apenas em formas de pancada deverão permitir o avanço da colheita de soja nos principais estados pr...

Veja mais