Produção da Cooxupé deve crescer 15,38% com safra de alta qualidade

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                                                                                  Grãos especiais e variação cambial favorecem exportações.

Após dois anos de estiagens, que provocaram perdas na produção de café, o clima na atual temporada tem favorecido o bom desenvolvimento do grão e a expectativa é de uma safra maior e de alta qualidade. Na Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), no Sul de Minas Gerais, o volume de café a ser entregue pelos cooperados ficará em torno de 6 milhões de sacas de 60 quilos, alta de 15,38%, frente ao volume registrado em 2015.

Com a produção em alta, a cooperativa mantém os investimentos na ampliação das áreas de estocagem e na modernização das estruturas administrativas. O valor aportado em 2016 ficará próximo a R$ 40 milhões.

De acordo com o presidente da Cooxupé, Carlos Paulino da Costa, a construção de novos armazéns é fundamental para o bom armazenamento da safra e para que a cooperativa continue em crescimento.

“Os investimentos são constantes e necessários para acompanhar a evolução da cooperativa, incluindo a construção de armazéns e a modernização das unidades da Cooxupé. Estamos construindo uma unidade de estocagem em Altinópolis (São Paulo) e outra no Complexo Japy, em Guaxupé, que terão capacidade de armazenar 300 mil sacas e 180 mil sacas, respectivamente. Também vamos inaugurar, na região do Triângulo, oito silos para grãos. Com os investimentos, nossa capacidade de estoque será elevada para 6 milhões de sacas”, explicou Paulino.

Em relação à safra atual, que começa a ser colhida em maio, Paulino está otimista. O clima favorável vem permitindo o bom desenvolvimento dos grãos, o que é fundamental para ter uma peneira melhor e agregar valor à produção. A safra de melhor qualidade e maior volume é considerada fundamental para que os cafeicultores, que nos últimos dois anos acumularam prejuízos com os efeitos da seca, recuperem a renda e continuem a investir na produção.

“A situação climática está boa para o desenvolvimento do café. As chuvas constantes permitem a formação de grãos maiores. O produtor está otimista e cuidando bem das lavouras. Ainda é cedo para estimar o volume de cafés especiais, porque dependemos do clima ao longo da colheita, mas, se no período o tempo ficar seco, teremos grãos de ótima qualidade”, explicou Paulino.

A qualidade diferenciada do café é um dos principais pontos que permitem a agregação de valor ao grão e a maior rentabilidade para os produtores. Os grãos considerados especiais são vendidos a preços cerca de 50% maiores que os comuns. Normalmente, o volume de especiais representa de 10% a 15% da safra total.

A previsão da Cooxupé é de uma produção em torno de 6 milhões de sacas na safra 2016, o que, se alcançado, representará um incremento de 15,38% sobre os 5,2 milhões de sacas entregues pelos cooperado no período produtivo anterior.

Com a produção maior e o real desvalorizado frente ao dólar, a expectativa é exportar mais em 2016. A previsão inicial é embarcar 4,8 milhões de sacas de café, volume 14,83% superior aos 4,18 milhões destinados ao mercado internacional em 2015.

“A exportação de café é uma forma de evitar uma oferta maior que a demanda no mercado interno, garantindo melhor remuneração para o produtor. Até o momento, nossas expectativas são positivas em relação às negociados com o exterior. Isto pelo dólar valorizado, que torna nosso grão mais competitivo e eleva os ganhos dos produtores que exportam”, explicou Paulino.

Em relação aos preços pagos pelo café, cerca de R$ 480, Paulino acredita que os valores poderiam ser melhores, uma vez que os custos de produção foram alavancados no último ano. Além dos insumos importados, que têm os preços balizados pelo dólar, a elevação dos custos ocorrera também em função dos reajustes no valor da mão de obra, da energia elétrica, combustíveis, entre outros.

As expectativas referentes aos preços a serem praticados nos próximos meses são cautelosas. “Se olharmos somente as condições dos estoques, que estão baixos, a tendência é de preços remuneradores. Mas também precisamos avaliar a demanda, que pode ser afetada pelas condições econômicas do Brasil e do restante do mundo”, explicou.

 



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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