Pesquisa realizada pela Thomas Case & Associados mostra que a situação de queda do rendimento salarial também afetou os executivos brasileiros em 2015 e deve seguir ao longo deste ano.
Para 76% dos entrevistados - cuja maioria pertence a cargos de gerência -, em 2016 não será possível solicitar um aumento salarial. Assim como para 72% dos respondentes também não há perspectivas de promoção neste ano. Além disso, 27% dos participantes da pesquisa pensam em trocar de emprego ao longo dos próximos 10 meses. "Entendemos que existe uma relação direta entre os que pensam em trocar de emprego e os que não se sentem seguros no exercício da sua função na empresa, uma vez que 25% dos respondentes assim sinalizaram", avalia Norberto Chadad, CEO da Thomas Case & Associados e especialista em transição de carreiras.
Ao mesmo tempo, outro estudo feito pela ManpowerGroup com 851 executivos líderes de recursos humanos, revela que as intenções de contratação para o segundo trimestre do ano caíram dois pontos percentuais em relação ao trimestre anterior, saindo de -8% para -10%. Em comparação com o mesmo período de 2015, o recuo foi de 8 pontos percentuais.
Além disso, o levantamento do ManpowerGroup aponta estabilidade no volume de empregadores que não pretendem mexer na folha de pessoal entre abril e junho (68%).
"Os dados da pesquisa traduzem a cautela do empresariado, que continua receoso em tomar decisões frente à incerteza econômica nacional", avalia Nilson Pereira, CEO do ManpowerGroup Brasil.
Conforme essa empresa, as expectativas para contratações no segundo trimestre de 2016 deverão declinar em seis das oito indústrias avaliadas pelo estudo. Na comparação trimestral, as intenções de contratação aparecem mais fracas em cinco setores e em três regiões do Brasil; e na anual, em seis setores e em todas as cinco regiões do país.
Porém, o setor da Administração Pública e da Educação se mostra o mais otimista para o período, com intenção de admissão positiva, em 4%. Em comparação com o primeiro trimestre deste ano, o índice permanece estável, mas em relação ao segundo trimestre de 2015 registrou alta de 5 pontos percentuais.
As mais fracas intenções para contratação continuam no setor da Construção, que tem índice de - 24%. Tal resultado significa aumento de 5 pontos percentuais na variação trimestral, e queda de 4 pontos em relação ao mesmo período do ano passado.
Ainda segundo o estudo do ManpowerGroup, empregadores brasileiros de três setores reportaram para o segundo trimestre deste ano os mais fracos índices desde que a pesquisa da empresa começou a ser realizada contemplando o País: a área de Agricultura, Mineração e Pesca, que atingiu patamar de -17%; Transportes, que tem índice de -16%; e o setor de Varejo, com -15% de intenção de admissão.
Veículo: Jornal DCI