Entre as empresas que utilizam principalmente energia elétrica em seu processo produtivo, mais da metade procurou alternativas para minimizar o impacto do aumento da conta de luz no ano passado.
De acordo com a Sondagem Especial - Indústria e Energia divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 52% das 2.876 empresas consultadas tomaram medidas específicas para lidar com o aumento do custo de energia. A maior parte (71%) programou ações ou programas de eficiência energética. Um grupo de 14% dos entrevistados assinalou "outras medidas", que envolvem corte de turnos e alteração do horário de trabalho para fora das horas de pico. Já o investimento em autogeração foi a terceira medida mais apontada: 10% das empresas.
A eletricidade é a principal fonte de energia para 79% das indústrias, seguida pelo diesel (4%), lenha (3%) e gás (2%).
Impactos
Conforme a sondagem, 94% das empresas em que a eletricidade é a principal fonte para o processo produtivo, o aumento da tarifa impôs impacto significativo no custo de produção. Apenas 2% afirmaram que o impacto foi nulo e outros 2% não perceberam aumento no custo da luz.
A CNI também quis saber como a indústria brasileira lidou com os "apagões". Para 67% das empresas entrevistadas, as falhas no fornecimento de energia (interrupções e oscilações de tensão), causam prejuízos significativos. Outros 32% indicaram altos prejuízos e 35% assinalaram que os prejuízos são baixos. Para 24% das empresas consultadas, as falhas não causam prejuízos significativos, 5% não se manifestaram e outros 5% afirmaram que nunca tiveram problemas.
"Para a indústria, o maior problema da queda de energia é a paralisação da produção. Dependendo do tipo de empresa e da linha de produção que ela tem, há perdas de matéria-prima, produtos e horas de trabalho. São prejuízos consideráveis, que acabam se revertendo em custos", destacou, em nota, o especialista em Políticas e Indústria da CNI Roberto Wagner Pereira.
Os problemas são mais frequentes no Norte, região onde o percentual de empresas que reclamam das falhas chega a 69%, segundo a pesquisa. Na sequência, vem o Centro-Oeste (55%), Sudeste (49%), Sul (45%) e Nordeste (42%).
Veículo: Jornal DCI