Indústria nacional se beneficia do dólar alto e da taxação dos importados.
Diferentemente do resto da indústria, o setor de brinquedos está conseguindo escapar dos efeitos da crise econômica e espera crescer 12% neste ano, depois de alta de 11% em 2015.
Contribui para o avanço dos negócios a taxação de 35% sobre os brinquedos importados, barreira adotada pelo governo em 2010. A valorização do dólar é outro ponto que tem auxiliado a produção nacional — com o câmbio desfavorável, as importações encolheram 20% no ano passado.
Tanto é que em 2015 o segmento conseguiu elevar a participação dos produtos nacionais das vendas para 55% derrubando para 45% a fatia de mercado dos importados.
— A economia está derretendo, mas nós não estamos derretendo junto — assegura Synésio Batista Costa, presidente da Abrinq, entidade que reúne os fabricantes de brinquedo.
A favor do setor há ainda o comportamento das famílias, diz Costa, que funciona como motor das vendas.
— Pode “haver a crise mais forte da história que a criança continuará recebendo pelo menos um presente no Natal e outro no Dia das Crianças.
Os índices de natalidade, acrescenta, são outro fator a impulsionar o mercado.
— Nascem por dia 13 mil crianças. Nossa demanda cresce muito, diariamente — explica.
De olho nessa dinâmica a Feira Abrin 2016, que começou ontem em São Paulo, traz 1500 mil lançamentos, entre personagens de desenhos animados cheios de toques de tecnologia para estimular a interatividade, bonecas e bichos de pelúcia que também interagem, drones que voam e fotografam e brinquedos acionados pelo smartphone.
Marcas conhecidas como Estrela, Hasbro, Nickelodeon e Sunny têm os estandes mais concorridos da feira. Há marcas que privilegiam aspectos lúdicos e educativos, caso da Cas e da Bichos de Pano. Nesta última, o carro- chefe são animais “grávidos”. Abrindo o zíper na barriga dos bichos, a criança encontra o filhotinho. Os que mais vendem são o macaco da cara preta, o tamanduá e o lobo - guará.
Veículo: Jornal O Globo