O índice que mede a confiança do empresário do comércio (Icec) cresceu 1,1% em março - atingindo 80,9 pontos numa escala de 0 a 200 - em comparação com fevereiro e caiu 13,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os dados foram divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), nesta quarta-feira (06).
O crescimento foi puxado pelo indicador que mostra as condições correntes. Ele registrou 44,1 pontos, um resultado 9% maior do que em comparação com fevereiro. Na comparação anual, porém, houve retração de 28,1%.
“A avaliação positiva da percepção dos comerciantes em relação ao setor, que subiu 34,2% na comparação mensal, teve papel relevante no crescimento do indicador”, apontou, em nota. Para 92,9% dos varejistas, a economia piorou em março de 2016.
Após o resultado do mês de março, a CNC estima que o volume das vendas do comércio em 2016 caia 4,2% no varejo restrito e 8,4% no ampliado, que inclui os setores de automóveis e materiais de construção.
Retração do varejo
A entidade ressaltou porém, que apesar do aumento observado na passagem de fevereiro para março, o resultado “ainda reflete a contínua retração do varejo, provocada especialmente pela deterioração do mercado de trabalho”.
“Seguem ausentes indicativos de reversão no médio prazo, especialmente em função do desemprego e da queda na renda real dos consumidores, que influenciam as vendas”, avalia a economista da Confederação, Izis Ferreira, em nota.
Expectativas futuras
Já o índice que mede as expectativas dos empresários do comercio, em relação aos próximos meses, alcançou 122,7 pontos. Na comparação anual, a queda é de 4,8% com perspectivas piores para a economia (-1,7%), para o setor (-5,4%) e para o próprio negócio (-6,4%).
A entidade ressalta, contudo, que “apesar de estar acima do nível de indiferença, de 100 pontos, o resultado é apenas 0,2% acima do registrado em fevereiro”.
Estoques altos
O estudo mostrou ainda que para 32,1% dos empresários, os estoques estão acima do adequado. O nível dos estoques diante da programação de vendas caiu 0,5% em fevereiro, "o que indica alta no nível dos estoques".
Ainda de acordo com a CNC, o estudo mostrou que 74% dos entrevistados reduziram a intenção de fazer aportes ao capital nas empresas devido à trajetória de alta dos juros e à elevação do custo de financiamento.
O índice de condições de investimentos caiu 1,6% em relação a fevereiro e 17,3% na comparação anual, alcançando 75,7 pontos.
Veículo: Portal G1