O setor de vendas-online está na contramão da crise. Para consumidores da região, ter um produto à venda 24 horas por dia é uma facilidade. Outra mordomia é não precisar ir até a loja. Comerciantes também veem vantagens, já que muitas vezes não é preciso contratar funcionários nem se preocupar com gastos como água e energia elétrica. Balanço da E-commerce Brasil, divulgado em março, mostra que esse tipo de comércio cresceu 89% de 2014 para 2015.
“Eu posso vender 24h por dia, no sábado, domingo, feriado. Além disso, tenho uma expansão territorial muito maior. Em vez de vender só na região, vendo para o Brasil inteiro”, diz o lojista de São Carlos (SP) Marcelo Honorato Maleta, que resolveu apostar na internet para manter o faturamento.
Devido à queda na renda dos consumidores e do aumento na taxa de juros o comércio em geral fechou o ano de 2015 com queda de 4,3%, o pior resultado desde 2001. Com o movimento fraco na loja, Maleta decidiu apostar na web. “De final de semana, de madrugada, sempre tem gente no site”, disse. Segundo ele, o serviço ajuda a divulgar também a loja física.
Os clientes também aprenderam a comprar pela internet. “É mais fácil encontrar. A maquiagem, por exemplo, que é mais cara em alguns lugares, na internet você encontra a preços mais acessíveis”, disse a estudante Ana Evelly de Oliveira. “Procuro por livros, algumas edições que você não encontra na cidade, por enquanto nunca tive problema”, completou o comerciante Deives André de Souza.
Oportunidades
Em meio a crise, investir na internet pode ser uma estratégia para manter as vendas e não precisar fechar as portas. Ter um canal a mais de atendimento pode ser uma boa oportunidade, diz Diego de Souza, consultor do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-SP).
“É bom também para as pessoas que estão informais ou que perderam o emprego em um momento econômico complicado. Com o e-commerce há a possibilidade de atingir um segmento de clientes maior”, disse.
Para ter bons resultados, entretanto, é preciso planejamento, investimento em divulgação e cuidado com os riscos. “Precisa ter uma logística muito bem interessante, direcionar a página, utilizar de estratégias para que seja bem visto no mercado. Da mesma maneira que a internet é um campo bom de atuação, cometer algum erro pode colocar o negócio por água abaixo”, ressaltou o consultor.
Veículo: Portal G1