Comércio eletrônico desponta como alternativa ao desemprego no Brasil

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Abrir uma loja virtual emerge como alternativa aos brasileiros que perderam o emprego ou buscam renda extra. Apesar de ter um ambiente de negócios bem menos burocrático que uma operação física, o número de lojistas que quebram ainda é alto, o que aponta para a necessidade de investir em planejamento para evitar que o sonho de ser o próprio patrão vire pesadelo.

No ano passado, a abertura de lojas virtuais cresceu 89% no Estado de São Paulo, em comparação com 2014, segundo pesquisa da plataforma de e-commerce Loja Integrada. Para o diretor da empresa, Adriano Caetano, há dois fatores principais que influenciaram para esse crescimento: a crise, com o aumento do desemprego, e que também impulsionou a procura por fontes extras de renda; e o fato dos brasileiros estarem mais conectados.

Segundo ele, há ainda aspectos específicos desse formato de negócio que o torna mais interessante para o pequeno empreendedor. "As barreiras para entrar nesse segmento são menores do que no comércio físico. Hoje, com três cliques você consegue abrir a sua loja virtual", diz Caetano. "Não há a necessidade de encontrar um ponto de venda, contratar vendedores ou investir em estoque", completa.

Para o diretor de comunicação da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (câmara-e.net), Gerson Rolim, o e-commerce tem apresentado crescimento constante nos últimos anos, tanto no faturamento quanto no tíquete médio, e isso tem atraído a atenção de quem está começando a empreender.

"O potencial de vendas mais amplo, já que não há a limitação regional, é outro aspecto relevante", afirma Caetano. De acordo com ele, no comércio digital é possível vender para diversas regiões do Brasil, e até para o exterior, expandindo consideravelmente os limites da operação.

Foram justamente esses fatores que levaram o empreendedor Eduardo Nagamine a criar a loja virtual Web Neném, no começo deste ano. Após perder o emprego, o paulistano enxergou no e-commerce uma oportunidade de conseguir renda. Ele conta que o investimento inicial foi de apenas R$ 1 mil, com certificações e segurança de pagamento. Com menos de três meses de vida, a loja ainda não deu retornos significativos, mas, segundo Nagamine, a expectativa é que até o final deste ano a empresa passe a dar lucro.

Para isso, ele vem investindo principalmente em links patrocinados no Facebook e feito um trabalho forte de SEO (Search Engine Optimization), para garantir que a loja seja encontrada nos buscadores.

Quais os riscos?

Apesar dos atrativos, nem tudo é um mar de rosas para quem deseja empreender no comércio eletrônico. Segundo a consultora do Sebrae-SP, Ariadne Mecate, é fundamental que haja um extenso planejamento antes de ingressar no segmento. Afinal, a falta de um estudo de mercado e a entrada por impulso são os principais fatores que causam a "morte" de lojas virtuais.

De acordo com os três especialistas ouvidos pelo DCI a taxa de mortalidade no e-commerce é consideravelmente maior do que no varejo físico. "O grande desafio não é criar a loja. Ele é um mercado muito acessível para entrar. O difícil é fazer vender, conseguir que sua loja seja encontrada no mar de possibilidades que é a internet", diz Ariadne.

Para garantir que isso aconteça a especialista aponta que é fundamental um investimento alto em marketing digital e nas redes sociais. "A ideia de que uma loja virtual demande um investimento menor é uma ilusão. As barreiras de fato são menores, mas o valor que você economiza, em relação ao varejo físico, você vai ter que investir para que a sua marca apareça", diz a consultora.

Rolim, da camara-e.net, concorda. "Não se pode pensar em criar uma loja on-line com a ideia de que não existem custos. Se não houver aporte a loja não vai nem aparecer, ninguém vai encontrá-la", afirma.

Outro aspecto que os três especialistas ressaltam é a importância de se encontrar um nicho de atuação e de não tentar competir com os grandes players do setor. "Se o empreendedor for tentar competir com os grandes varejistas, ele vai perder. Porque eles conseguem ter um preço muito mais competitivo. O fundamental é encontrar um nicho, e oferecer um diferencial que os grandes não ofereçam", diz Rolim.

Para Caetano, da Loja Integrada, o mais importante ao criar um e-commerce é se fazer a pergunta: qual problema eu vou resolver. "Porque problema é sinônimo de oportunidade. Nem sempre a melhor opção é atuar em uma área que se tenha afinidade."

 


Veículo: Jornal DCI


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