O excesso de chuvas e granizo no Rio Grande do Sul causou enchentes nas lavouras de arroz e reduziu em 16% a produção da safra 2015/2016. Neste contexto, a tendência é a expansão do seguro privado, no intuito de diluir os riscos climáticos da região.
Nesta temporada, o programa Arroz Protegido, realizado em parceria entre a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e a Tovese Corretora de Seguros, com o apoio da AgroBrasil, segurou 15,8 mil hectares gaúchos da cultura. No total, a importância segurada ficou em torno de R$ 58,79 milhões, dos quais R$ 2,97 milhões foram pagos em sinistros.
"É uma tendência irreversível. Os próprios agentes financeiros estão cobrando uma ação mais proativa dos produtores em diminuir os riscos", afirma o presidente da Federarroz, Henrique Dornelles. Segundo ele, pelo menos 150 mil hectares ficaram em estado grave nesta safra, o que exigiu um trabalho intenso das seguradoras da região.
Esta etapa do programa contemplou apenas a cobertura contra danos por granizo, mas existe a possibilidade de aderir ao chamado multirrisco, que atende a outros tipos de sinistros. "Nas lavouras localizadas em encostas de rios, o multirrisco é o mais adequado. Para locais sem enchente, a opção do seguro para granizo é a que apresenta melhor custo-benefício", explica.
O diretor da Tovese, Otavio Simch, alerta que o clima no Sul vai continuar a trazer surpresas. Em sua avaliação, é importante que o produtor agilize a contratação do seguro para ficar na frente na fila da subvenção e não correr riscos caso haja cortes nos subsídios como houve na última safra.
O ministro da Agricultura em exercício, Blairo Maggi, deve visitar o Rio Grande do Sul nesta semana para definir se haverá prorrogação nos pagamentos de custeio para a cadeia de arroz. Disso dependerá a decisão dos produtores em reduzir ou não a área plantada para 2016/2017.
Veículo: Jornal DCI