Indicador divulgado ontem pela FGV demonstra melhora nas expectativas
O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) avançou 4,1% em maio na comparação com o mês anterior, para 99,5 pontos, o maior patamar desde dezembro passado, considerando os dados ajustados sazonalmente. Em abril, o ICD havia caído 1,9%. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), ao interromper uma série de quatro quedas consecutivas e sinalizar um aumento do desemprego, o resultado mostra que a recuperação do mercado de trabalho tende a ser lenta e sujeita a contratempos.
“Os resultados dos índices mostram uma melhora das expectativas com relação ao futuro bastante consistente, indicando um otimismo para os próximos meses. No entanto, a tendência de curto prazo permanece ruim. O indicador coincidente de desemprego mostrou forte aumento, refletindo de certa forma os aumentos recentes da taxa de desemprego divulgada pelo IBGE”, afirma Fernando de Holanda Barbosa Filho, economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) daFGV.
O ICD é construído a partir dos dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, da pergunta da Sondagem do Consumidor que procura captar a percepção sobre a situação presente do mercado de trabalho.
Antecedente de Emprego - O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) cresceu 3,8% em maio ante o mês imediatamente anterior, nos dados com ajuste sazonal, para 79,4 pontos, segundo Ibre/FGV. Este é maior nível para o indicador desde abril de 2014 (83,0 pontos).
Segundo a instituição, “o resultado continua a sinalizar atenuação do ritmo de queda do número de pessoas ocupadas na economia brasileira nos próximos meses”.
Os componentes que mais contribuíram para a alta do IAEmp em maio foram os indicadores que medem a expectativa dos consumidores de encontrar emprego, na Sondagem do Consumidor, e o ímpeto de contratações nos próximos três meses, na Sondagem de Serviços, com variações de 13,6% e 7,7%, respectivamente.
O IAEmp é formado por uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor, todas apuradas pela FGV. O objetivo do levantamento, segundo a fundação, é antecipar os rumos do mercado de trabalho no País.
PNAD - A taxa de desocupação no Brasil ficou em 11,2% no trimestre encerrado em abril de 2016, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados pelo IBGE. Foi o pior resultado da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.
Em igual período do ano passado, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 8,0%. No primeiro trimestre deste ano, o resultado foi de 10,9%.
OCDE - A taxa de desemprego entre os países integrantes da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) ficou em 6,4% em abril, mesmo resultado do mês de março, informou ontem a instituição. O desemprego entre os jovens (15 a 24 anos), por sua vez, recuou 0,1 ponto porcentual na comparação mensal, para 13,0% em abril.
Na zona do euro, a taxa de desemprego seguiu em 10,2% em abril. Na França, o desemprego caiu 0,2 ponto porcentual, para 9,9%, e na Espanha a queda também foi de 0,2 ponto, para 20,1%. Na Itália, porém, ele subiu de 11,5% em março para 11,7%.
Nos EUA, a taxa de desemprego estava em 5,0% em abril (mas caiu para 4,7% em maio, no dado mais recente). Na Alemanha, ela ficou estável em 4,2% em abril e no Japão manteve-se em 3,2%. (AE)
Veículo: Diário do Comércio - MG