PR pede preço do feijão acima do mínimo

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Estado quer apoio federal na comercialização do grão. Produtores recebem pouco mais de R$ 60 por saca, valor mínimo de garantia é de R$ 80

 

São Paulo - O Paraná, principal Estado produtor de feijão do Brasil, decidiu pedir intervenção do governo no mercado, depois que o preço pago ao produtor pela leguminosa caiu abaixo do valor mínimo de garantia. Na sexta-feira passada, a saca de 60 kg de feijão carioca foi cotada a R$ 63,84 no Paraná, enquanto o feijão preto tinha cotação de R$ 66,07 a saca. O preço mínimo de garantia do governo é de R$ 80,00 a saca para os dois tipos de feijões.

 

A agrônoma Margorete Demarchi, do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Paraná, informa que agora é momento de o governo sinalizar apoio aos produtores ''e existem mecanismos para isso''. A Secretaria da Agricultura paranaense encaminhou ao Ministério da Agricultura sugestão para colocar em operação leilão de Prêmio de Escoamento do Produto (PEP), para 1 milhão de sacas de feijão (60 mil toneladas). Segundo ela, o PEP garante ''escoamento do grão para zonas consumidoras, sem o governo precisar formar estoque, que é complicado no caso do feijão porque o produto perde qualidade com o passar do tempo''. Além disso, há expectativa de liberação de recursos para Aquisição do Governo Federal (AGF).

 

Conforme o Deral, a situação do mercado do feijão é preocupante. Apesar da quebra significativa da primeira safra (o Brasil colhe três safras por ano), não houve reação nos preços do produto, já que as perdas provocadas pela estiagem, se restringiram basicamente ao Paraná. Os preços esboçaram uma reação no fim do ano passado mas, com o avanço da colheita, o volume ofertado do grão vem aumentando, derrubando os preços.

 

Apesar da quebra de cerca de 41%, para 366 mil toneladas (251 mil toneladas a menos do produto), na primeira safra de feijão do Paraná, a expectativa é que a oferta da leguminosa aumente. O Estado deve produzir na segunda safra cerca de 422 mil toneladas, aumento de 24% em relação ao ano passado. ''Estamos no início da colheita da segunda safra, e entendemos que a tendência é de redução ainda maior nos preços ao produtor'', explica Margorete. ''Não há, no curto prazo, nada que possa fazer o preço reagir'', acrescenta.

 

A safra total brasileira de feijão está estimada em 3,734 milhões de toneladas este ano. O Paraná é o principal produtor, com 794 mil toneladas (21% do total). Minas Gerais é o segundo maior produtor, com 606 mil toneladas (16% de participação), seguido pela Bahia, com 318 mil toneladas (8% do total).

 

Margorete comenta que o reajuste de 67% no preço mínimo de garantia do feijão, que passou de R$ 48,00 para R$ 80,00, contribuiu para estimular o plantio da cultura no País. A área cultivada teve crescimento de 5%, para 4,176 milhões de hectares, de acordo o mais recente levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). ''O novo preço mínimo é realmente muito bom, só não cobrindo custos de produção para aquele que tiver frustração de safra''. ''Mas agora é importante o governo oferecer apoio à comercialização'', conclui a agrônoma

 

Veículo: Folha de Londrina - PR


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