Escassez de arroz no mercado brasileiro faz indústria ficar ociosa

Leia em 1min 50s

Falta de matéria-prima elevou o preço da saca do cereal para R$ 55 no Rio Grande do Sul

 
A pouca oferta de arroz no Brasil, que na semana passada fez o preço da saca bater recorde de R$ 55 no Rio Grande do Sul, está impactando diretamente na indústria. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), a falta de matéria-prima tem levado unidades de beneficiamento do grão a trabalhar com ociosidade entre 20% e 25%.
 
– A quantidade de produto disponível no mercado não atende a demanda atual. Embora o governo diga que o abastecimento está garantido, a situação é preocupante – revela Mário Pegorer, presidente da Abiarroz.
 
Nos últimos 12 meses, segundo a entidade, os valores praticados entre o produtor e os engenhos de arroz cresceram 47%. Nas indústrias gaúchas, responsáveis por 55% do arroz brasileiro beneficiado, o quadro é ainda mais grave, segundo o dirigente. Isso porque não é competitivo importar arroz em casca de países do Mercosul, devido à tributação.
 
– Já alertamos o governo federal sobre a necessidade de isenção temporária de PIS e Cofins para importação de arroz. Precisamos agir de forma preventiva – defende o presidente da Abiarroz.
 
A baixa oferta do produto é atribuída à quebra na produção gaúcha neste ano, estimada em 16% segundo o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). O excesso de chuva durante o ciclo reduziu em 1,8 milhão de toneladas a safra. Um movimento especulativo dos produtores, segundo a indústria, também estaria ajudando a elevar a escassez de matéria-prima. A medida é negada pelos arrozeiros.
 
– O produtor não tem mais arroz. O pouco que tem está comprometido para pagar dívidas no banco, os custos dessa safra foram altíssimos – argumenta Ademar Leomar Kochenborger, presidente da União Central de Rizicultores.
 
A elevação do preço do cereal nas últimas semanas, segundo o dirigente, beneficiou apenas parcela dos produtores – já que muitos venderam a produção quando a saca estava entre R$ 37 e R$ 42, logo após a colheita.
 
– Os produtores que dependem do arroz, que não têm outras fontes de renda, não podem segurar o produto para esperar o preço subir – acrescenta Kochenborger.
 
Veículo: Zero Hora


Veja também

Vilão da cesta básica, feijão é vendido no interior do Piauí por R$ 2,00 o quilo

Cidade de Nazária produz mais de 1,5 tonelada por hectare de terra plantada.Agricultores também cultivam m...

Veja mais
Mandioca: Preço médio sobe 18% em junho

A oferta de mandioca segue abaixo das expectativas para o período. Produtores consultados pelo Cepea continuam pr...

Veja mais
Retratos do Brasil: desemprego agora e com renda menor no futuro

Trabalhadores demitidos em meio à recessão demoram para recuperar o salário que tiveram um dia se c...

Veja mais
Retração do PIB em 2016 passa de 3,44% para 3,35%, avalia Focus

O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 4, pelo Banco Central, mostrou um pequeno alí...

Veja mais
Colheita do milho avança em meio à demanda firme em MT

Preços se mantêm acima dos R$ 28 a saca, podendo sofrer nova pressão de alta, segundo o Imea Os pro...

Veja mais
Da fruta ao suco

Diante do mercado promissor do consumo de bebidas prontas no Brasil, produtores rurais mineiros estão diversifica...

Veja mais
Segmento de alimentação tem alta de 9,4% em 2015

A resiliência do segmento Alimentação diante do atual cenário econômico está evi...

Veja mais
GS1 debate gestão de pessoas, tecnologia e inovação na Brasil em Código

   Presidente da GS1, João Carlos Oliveira   Conferência Bras...

Veja mais
Feijão fica 49,37% mais caro em junho

O preço médio do feijão-carioca nos supermercados da região teve alta de 49,37% neste m&ecir...

Veja mais