Preços se mantêm acima dos R$ 28 a saca, podendo sofrer nova pressão de alta, segundo o Imea
Os produtores de grãos de Mato Grosso aceleraram o trabalho de campo na última semana e chegaram a 25,78% da área de milho safrinha colhida no Estado. A informação está no relatório divulgado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) com base em dados até o dia 30 de junho.
A proporção significa um avanço de 9,16 pontos percentuais em relação à semana anterior, quando a superfície colhida era de 16,62% do total, estimado em 4,24 milhões de hectares no ciclo 2015/2016. Na comparação com a safra 2014/2015, o trabalho está 4,34 pontos adiantado. Na mesma época em 2015, a proporção era de 21,44%.
De acordo com o Imea, a colheita está mais avançada é o Médio-norte mato-grossense, onde está o maior plantio da safrinha de milho no Estado (1,81 milhão de hectares). Na região, as máquinas já passaram por 33,74% da área. Em seguida, aparecem o Nordeste do Estado (33,23%), o Oeste (25,46%) e o Norte (23,40%).
A colheita em Mato Grosso avança em meio a preços mais elevados e demanda interna mais aquecida em relação à safra passada. De acordo com os técnicos, o comprometimento do grão referete ao ciclo 2015/2016 chegou a 65,85% em junho enquanto na temporada 2014/2015 estava em 60,03%.
O Imea informa que os compradores do cereal já estão de olho também na comercialização da safra 2016/2017, ainda longe de ser plantada. Boletim divulgado no início da última semana menciona que já existem indicativos de preços visando a entrega no intervalo entre julho, agosto e setembro de 2017.
Conforme os técnicos, as cotações para esse período, considerado o de maior liquidez para os negócios com milho, variam entre R$ 20,50 e R$ 21,50 a saca de 60 quilos. Não muito diferentes das atuais visando a entrega do milho para julho, agosto e setembro deste ano, em que as referências de preços estão entre R$ 21,47 e R$ 21,80 a saca.
"Além de o mercado estar antecipando seus indicativos, com preços relativamente atrativos, o volume de ofertas também está mais denso se comparado ao que se viu no mesmo período de 2015. Parte das ofertas de compra está partindo do mercado interno, o que mostra que a crise atravessada no momento pelo setor de criação de aves e suínos está trazendo criadores para o mercado a termo do cereal", diz o Imea.
Entre os dias 20 e 24 de junho, o preço médio do milho em Mato Grosso teve uma queda de 12,16%, segundo o indicador do Imea. A saca foi cotada a R$ 28,90, acompanhando o movimento dos mercados futuros nas bolsas de Chicago (EUA) e de São Paulo, e recebendo alguma pressão vinda do próprio avanço da colheita. Ainda assim, o valor é mais que o dobro do praticado na mesma época em 2015, quando estava em R$ 13,94.
Os analistas acreditam que pode haver uma retomada nas cotações internas. Além da demanda aquecida, há a expectativa de quebra da safra mato-grossense de milho, já que ainda não há certeza em relação às lavouras plantadas depois do fim da janela ideal.
"Caso o mercado interno mantenha a demanda firme neste período, o preço do milho pode sofrer uma pressão de alta. Desta forma, a necessidade de compra do cereal deve ser o principal indicador da direção dos preços para jul/16", diz o Imea.
Veículo: Portal Globo Rural