Em apenas um mês, o custo da cesta básica sorocabana subiu 2,3%, o equivalente a R$ 13,35, e atingiu R$ 593,72 em junho, segundo levantamento da Universidade de Sorocaba (Uniso). Na comparação entre os meses de junho deste ano e de 2015, o conjunto de itens teve aumento de 17,85%, ou seja, R$ 89,95 a mais pagos pelo consumidor. O crescimento foi acima da inflação dos últimos 12 meses, que acumula 9,32%. Produtos alimentícios, como feijão, ovos e leite longa vida foram os principais responsáveis pela cesta mais cara.
O grupo de bens de consumo que mais teve aumento em junho foi o de alimentos, segundo os economistas Lincoln Lima e Adilson Rocha, que assinam o boletim da cesta básica. Neste caso, a alta foi de 2,7%, impulsionado principalmente pelo feijão, ovos, leite longa vida, muçarela fatiada e a batata. Apenas o feijão aumentou 46,14% de maio para junho, passando de R$ 6,35 para R$ 9,28. Enquanto isso, a dúzia de ovos subiu 15,37% e a muçarela teve o preço elevado em 10,85%.
A alta do feijão, conforme os economistas, se deu pelo excesso de chuva em algumas regiões do País, seguido de estiagem e geadas. Já o aumento no preço dos ovos ocorreu graças à baixa temperatura nas regiões produtoras e o alto custo de produção.
As chuvas também foram as responsáveis pela elevação no preço do leite, eles destacam. Como elas atrasaram, prejudicaram os pastos e, com isso, produtores tiveram de recorrer à ração, que está mais cara neste ano. Derivada do leite, a muçarela foi outro item que teve preço elevado por estes fatores.
Mais em conta
Dos 34 itens que compõem a cesta básica sorocabana, 11 tiveram o preço reduzido ou foram mantidos no mesmo patamar. A cebola foi o produto que teve maior queda, de 23,34%, passando de R$ 4,67 o quilo para R$ 3.58. A carne de primeira, que teve constante aumento de preço nos últimos meses, desta vez ficou mais em conta, mostra o boletim. O quilo custava R$ 21,92 em maio e passou a R$ 21,52 em junho. A queda, neste caso, foi de 1,82%. O papel higiênico, óleo de soja, arroz, biscoito água e sal, açúcar refinado e farinha de trigo foram outros produtos que apresentaram queda.
Colocar no carrinho os produtos mais baratos tem sido a alternativa do alfaiate aposentado Geraldo Ribeiro. Ele dá a receita para economizar no supermercado: "o arroz, por exemplo, vou no mais barato; tem o de R$ 15 e o de R$ 10, compro o de R$ 10 e é igual". A troca de marcas serve para todos os produtos e é essencial nesse momento em que os produtos alimentícios estão mais caros. O resultado disso, no entanto, é uma cesta menor e com baixa qualidade, na opinião da dona de casa Vanessa Saliba. "Os produtos estão mais caros e as embalagens estão menores", observa.
Veículo: jornal Cruzeiro do Sul