CNI sobe para 3,5% estimativa de contração do PIB brasileiro em 2016

Leia em 2min 50s

Previsão anterior era de um recuo de 3,1% para o PIB neste ano.
Para o PIB industrial, estimativa para 'tombo' passou a ser de 5,4%.



 A Confederação Nacional da Indústria (CNI) piorou de 3,1% para 3,5% sua estimativa de retração do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano. A informação consta no Informe Conjuntural do segundo trimestre de 2016, divulgado nesta quinta-feira (7).

"É quase certo que o momento de aprofundamento da recessão foi superado e que a economia alcançou o 'fundo do poço'", avaliou a entidade, acrescentando que "não há deterioração adicional da atividade econômica".

Para a CNI, a economia brasileira se encontra em um momento de "transição", pois os chamados "indicadores antecedentes", ou seja, aqueles que antecipam a trajetória da economia, mostram recuperação, assim como os índices de confiança.

"Os indicadores do comportamento real da economia, contudo, registram oscilações e não apontam ainda uma virada na economia. Nossa estimativa para a queda do PIB em 2016 é
de 3,5%, com recuo de 5,4% para o PIB industrial", acrescentou a Confederação.

Consumo e investimento
A entidade avaliou ainda que as condições da demanda doméstica, porém, permanecem "bastante deprimidas em virtude do elevado desemprego e da situação financeira das famílias, com alta na inadimplência e capacidade de endividamento restrita".

"Nesse cenário, mesmo com uma recuperação gradual da confiança do consumidor, não se deve esperar uma reação mais expressiva do consumo doméstico.

Do lado do investimento, avaliou que também não há "expectativas positivas a curto prazo"

"A ociosidade do parque produtivo é recorde para o período recente, a confiança dos empresários ainda se encontra no lado não otimista e o custo e disponibilidade de financiamento não favorecem a retomada de projetos novos", analisou.

Desemprego em alta
De acordo com a Confederação Nacional da Indústria, ps primeiros cinco meses deste ano confirmam o cenário de deterioração previsto para o mercado de trabalho em 2016.

"O desemprego, que ultrapassou os dois dígitos [acima de 10%] ainda no primeiro bimestre, segue em trajetória de alta. Nesse cenário, a expectativa da CNI é que a taxa média anual atinja 11,5% da População Economicamente Ativa (PEA)", acrescentou.

A entidade observou que o desemprego é tradicionalmente um dos últimos indicadores a apresentar deterioração em momentos de retração econômica, assim como reação em momentos de retomada do crescimento.

Governo interino aumenta gastos
A CNI piorou sua projeção para o resultado das contas públicas neste ano, passando a estimar um déficit primário (despesas maiores do que receitas, sem contar juros da dívida) da ordem de 2,6% do Produto Interno Bruto para este ano, contra a previsão anterior, feita em abril deste ano, de um rombo de 1,7% do PIB.

A entidade observou que o governo do presidente em exercício, Michel Temer, enviou ao Congresso uma proposta de limitação dos gastos públicos, com base na inflação do ano anterior, incluindo Saúde e Educação, e considerou a medida " positiva".

"No entanto, medidas recentes que levaram a aumentos nos gastos públicos, aliadas a outras anteriormente conhecidas, ameaçam a viabilidade de implementação do limite de crescimento das despesas", acrescentou. Para a CNI, são necessárias "medidas adicionais para disciplinar o crescimento do gasto, como, por exemplo, uma reforma previdenciária".

Inflação e contas externas
A Confederação Nacional da Indústria subiu sua estimativa para a inflação deste ano de 7,1% para 7,3%. "A inflação tem mostrado indícios de moderação, embora ainda permaneça muito acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional", informou.

Veículo: Portal G1



Veja também

Cardápio pobre em nutrientes

Frutas não compõem a dieta dos jovens, rica em arroz, feijão, pães, doces e refrigerantes &...

Veja mais
Índice europeu se recupera com ações de bens de consumo em alta

LONDRES (Reuters) - As bolsas europeias subiram nesta quinta-feira após três dias seguidos de perdas, suste...

Veja mais
Preço das commodities de alimentos sobe 4,2% em junho, diz FAO

Alta foi registrada em todas categorias à exceção das oleaginosas; fortes chuvas no Brasil influenc...

Veja mais
RS: Produtores de trigo aguardam chuvas para finalizar plantio

Com o solo e clima seco, o plantio do trigo não evoluiu muito no Rio Grande do Sul. As lavouras implantadas no m&...

Veja mais
Em um mês, cesta básica fica R$ 13,35 mais cara

Em apenas um mês, o custo da cesta básica sorocabana subiu 2,3%, o equivalente a R$ 13,35, e atingiu R$ 593...

Veja mais
Governo eleva preço mínimo de milho em 21,68%

Também tiveram correção o suíno vivo, mel, tomate industrial e frutas como o abacaxi, banana...

Veja mais
Produção brasileira de grãos deve ficar em 189,3 milhões de toneladas

A produção brasileira de grãos da safra 2015/16 deve chegar a 189,3 milhões de toneladas, co...

Veja mais
Forte alta do preço do leite no mercado spot

No mercado spot, ou seja, o leite comercializado entre as indústrias, os preços subiram fortemente em junh...

Veja mais
Baixa histórica no comércio

São Paulo – As vendas do comércio caíram 8,3% no acumulado dos primeiros seis meses deste ano...

Veja mais