O cultivo de hortaliças no Paraná não foi afetado pela queda de temperatura e geadas localizadas, principalmente na macrorregião sul, onde se concentra 62% da área plantada. A informação é do coordenador estadual de Olericultura do Instituto Emater, Iniberto Hamerschmidt. “Embora a maior parte da produção esteja em regiões mais frias, muitos produtores fazem a proteção das folhosas, por isso, não se justifica aumento de preços ao consumidor”.
Apesar disso, segundo o 7º Boletim Prohort de Comercialização de Hortigranjeiros nas Ceasas em 2016, divulgado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em Curitiba a alface, por exemplo, teve aumento de 64,54% em junho em relação a maio, devido ao frio intenso no Paraná.
Hamerschmidt reforça que as espécies que estão no campo agora são repolho, beterraba, cenoura, que não foram afetadas, além das folhosas alface, couve, almeirão e escarola, que em geral têm cobertura para proteção. “Apenas a couve-flor, que é um pouco mais sensível, sofreu um pouco. Já o tomate, pepino e abobrinha são culturas da primavera-verão, portanto não estão no campo, e o reajuste de preços nestes casos é pura especulação”, disse.
Segundo dados do Deral (Departamento de Economia Rural), da Secretaria estadual da Agricultura e do Abastecimento, o crescimento da produção de olerícolas no Paraná no período de 2000 a 2014 foi de 73%. “Este desempenho se deve basicamente à organização dos produtores, investimento em novas tecnologias e aumento de produtividade”, afirma o agrônomo Carlos Alberto Salvador.
Cebola e cenoura
A cebola e a cenoura foram os produtos com maior queda de preço nas principais centrais de abastecimento do país no mês de junho, também segundo o 7º Boletim Prohort de Comercialização de Hortigranjeiros nas Ceasas em 2016. A entrada da safra de cebola do Nordeste e do Centro-Oeste impulsionou os valores para baixo.
No caso da cenoura, a queda de preços que começou em março/abril continuou em junho nas principais Ceasas do país. Esse movimento descendente ficou entre 19,71% no Rio de Janeiro e 43,28% em Vitória (ES).
Frutas ficam estáveis
Os preços das frutas não apresentaram tendência de alta ou baixa dominante, segundo o boletim da Conab. Com exceção do mamão, que apresentou queda de preços em todas as Ceasas analisadas, com índices variando entre 26,37% e 72,53%. A melancia apresentou tendência de queda de preços em seis dos oito mercados analisados. A oferta da banana e da laranja começou a cair e tende a diminuir nos próximos meses, provocando uma moderada elevação nos preços. A maçã também teve redução na oferta e consequente alta de preços, mas a tendência deve se inverter nos próximos meses com a entrada das safras da Região Sul.
Veículo: Jornal Bem Paraná