O Brasil perdeu 91.032 vagas formais de emprego em junho deste ano, informou o Ministério do Trabalho. O resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) é fruto de 1.204.763 de contratações e 1.295.795 de demissões no período. O saldo divulgado ficou abaixo do piso das estimativas de analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que esperavam em junho fechamento de 84,6 mil a 25 mil vagas. Com isso, a mediana estava negativa em 60 mil postos.
O número de postos fechados em junho deste ano foi menos intenso do que em igual mês do ano passado, quando foram extintas 111.199 vagas. Porém, superou o fechamento de 72.615 vagas formais de emprego em maio de 2016.
No acumulado do primeiro semestre, o saldo de postos fechados é de 531.765 vagas pela série com ajuste, ou seja, incluindo informações passadas pelas empresas fora do prazo. Este é o pior resultado para o período desde o início da série, em 2002. No acumulado dos últimos 12 meses, o País encerrou junho com 1.765.024 vagas a menos, também considerando dados com ajuste.
Segundo o levantamento, dois setores apresentaram saldo positivo de geração de empregos no mês. A agropecuária, com a criação de 38.630 postos de trabalho, crescimento que, segundo o Ministério do Trabalho, relaciona-se a fatores sazonais ligados ao cultivo do café, principalmente nos estados de Minas Gerais, responsável por 12.895 postos; atividades de apoio à agricultura em São Paulo, com saldo positivo de 7.292 vagas, e, nesse mesmo estado, o cultivo de laranja, que gerou 5.986 postos.
Além da agricultura, a administração pública também apresentou saldo positivo, com geração de 790 postos no mês, invertendo o resultado negativo de 704 postos verificado em junho de 2015. Já o setor de serviços teve perda de 42.678 vagas em junho, representando a maior queda setorial no mês, seguido por indústria de transformação, que encerrou 31.102 postos no mesmo intervalo.
O emprego formal apresentou resultado positivo em oito estados brasileiros, com destaque para Minas Gerais (4.567), Goiás (3.369) e Mato Grosso (2.589). A maior queda no nível de emprego formal foi registrada em São Paulo (-29.915), influenciada pela queda de postos de trabalho na construção civil (-8.447) e no comércio varejista (-5.561). Houve também perda de vagas no Rio de Janeiro (-15.748) e Rio Grande do Sul (-10.340).
Veículo: Jornal do comércio de Porto Alegre