Os custos de produção elevados e o período de seca estão impactando na oferta de leite em Minas Gerais e alavancando os preços pagos aos pecuaristas.
No estado, de acordo com o levantamento feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a média líquida praticada em julho, referente à produção entregue em junho, foi de R$ 1,41 por litro de leite, valor que ficou 12,37% superior ao praticado no mês anterior e 53,6% maior que o de junho de 2015.
Apesar da alta, as margens ainda estão estreitas e a falta de chuvas contribui para que a oferta continue escassa, o que deve manter os preços firmes em agosto.
Valor bruto
Os dados do Cepea mostram ainda que o valor bruto pago ao produtor foi reajustado em 11,49% com o preço médio do litro negociado a R$ 1,54 em julho. Na comparação com igual período do ano passado a elevação acumulada é de 45,28%. O valor bruto mais alto praticado no estado foi de R$ 1,69 por litro de leite e o menor R$ 1,26.
De acordo com o coordenador técnico de bovinocultura da Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais), Feliciano Nogueira de Oliveira, vários fatores contribuíram para a redução da oferta de leite e, consequentemente, aumento dos preços.
"Um dos fatores foi a desvalorização do real frente ao dólar, o que provocou o aumento dos custos dos principais insumos da atividade. Além disso, durante o período chuvoso, tivemos precipitações mal distribuídas, o que prejudicou a formação de pastagens, que são determinantes para a produção de leite. Todos estes fatores, contribuíram para que houvesse redução da captação. Com a oferta menor os preços se elevaram", disse.
Fonte: DCI