Mais uma vez, o desempenho do País foi superado por economias como Grécia, Ucrânia e Rússia
A retração de 3,8% no Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado pôs o Brasil novamente na lanterna em um ranking de 33 países que já tiveram os dados oficiais para o período divulgados e representam 79% do PIB mundial. No primeiro trimestre o Brasil já havia amargado o pior desempenho para o período na comparação internacional.
Novamente o desempenho do País foi superado por economias que passaram por crises recentemente, como a Grécia (-0,1%), além de Ucrânia (1,3%) e Rússia (-0,6%), que enfrentaram guerras. A agência de classificação de risco Austin Rating, que elabora a análise, ressalva que outras economias que apresentaram resultados muito ruins nas edições anteriores do ranking, como a Venezuela, até o momento não divulgaram seus resultados.
Segundo a Austin, as Filipinas tiveram o melhor desempenho no segundo trimestre, com crescimento de 7% no PIB. Depois aparecem China, Indonésia, Malásia e Peru. Países europeus que foram fortemente atingidos pela crise financeira de 2008, seguida de graves problemas fiscais, ficaram bem à frente do Brasil. É o caso de Espanha (8º lugar), Portugal (26º) e Itália (27º).
O resultado do Brasil no trimestre ficou bem abaixo da média de outros Brics - de crescimento de 0,8% no período. A conta não engloba resultados da Índia e da África do Sul, cujos dados ainda não foram divulgados. O país africano tem a realidade econômica mais próxima à brasileira entre os Brics. No início do ano enfrentou uma crise política, com um processo de impeachment contra o presidente Jacob Zuma, rejeitado pelo parlamento.
Levando em conta o resultado do PIB do segundo trimestre e de indicadores antecedentes dos últimos meses, a Austin revisou sua projeção para o PIB do País, de retração de 3,9% para recuo de 3,1% em 2016.
"A mudança na condução da gestão econômica do País, agora sob o comando de Michel Temer e Henrique Meirelles, que reiteram o controle dos gastos públicos via redução das despesas, tem gerado efeitos positivos nos indicadores de confiança e intenção de investimentos que registram recuperação constante, apesar de ainda moderada", destaca o economista-chefe Alex Agostini em relatório.
Fonte: Portal Estadão