A partir desta segunda-feira, 12 de setembro, o Banco do Brasil (BB) começa a adotar novos parâmetros para as renegociações das dívidas dos produtores de arroz atingidos pelo El Niño na última safra. O banco somente irá exigir o laudo do agrônomo credenciado, substituindo processo extremamente burocrático. A informação foi confirmada após encontros envolvendo dirigentes da instituição financeira com representantes da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e Ministério da Agricultura, intensificados durante a última Expointer.
Agora, aos produtores que perderam entre 10% e 25% da produção será necessária uma entrada de 40% do valor do financiamento e parcelamento em três anos. Já para quem perdeu de 26% a 50%, serão 25% de entrada e o restante em quatro anos. E quem perdeu acima de 50% da sua safra, que foi grande parte dos produtores do Rio Grande do Sul, terá parcelamento direto em cinco anos.
De acordo com o presidente da Federarroz, Henrique Dornelles, o Banco do Brasil tomou uma atitude correta, com medidas coerentes com o fluxo de caixa dos produtores que tiveram perdas, lançando normativa com o objetivo de agilizar e tornar menos burocrática as renegociações que estavam até então paralisadas. O dirigente informa que foram realizadas diversas rodadas de conversações, visando à preservação do caixa dos produtores atingidos. Entretanto, Dornelles alerta aos orizicultores em condições de saldar os financiamentos que o façam. "O produtor que não precise de renegociação que salde os seus compromissos esse ano, à medida que atualmente os preços são remuneradores. No próximo ano não temos essa certeza", destaca.
Dornelles avalia que esta foi uma atitude solidária do banco em tempo ainda de reverter um ambiente negativo à medida que os produtores não estavam inclusive a acessar novo crédito. "O Banco do Brasil já disparou a normativa às agências. Os produtores devem se direcionar às agências com o objetivo de formalizar a renegociação para que logo seja efetivado o próximo passo que é o novo custeio para a atual safra, porque nós já estamos em período de plantio em algumas áreas", ressalta.
Fonte: Jornal do Comércio de Porto Alegre