Comércio deve abrir mais de 1,5 mil vagas temporárias

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A contratação de mão de obra temporária no comércio deve sofrer queda de até 20% neste final de ano, em comparação ao mesmo período de 2015, conforme projeção feita pelo Sindicato dos Empregados no Comércio (Sincomerciário) de Mogi das Cruzes. A entidade estima que a região (Mogi das Cruzes, Suzano, Guararema, Salesópolis e Biritba Mirim) abra entre 1500 e 2000 vagas de emprego para dar vazão à demanda do Natal.

A projeção deste ano mostra a segunda queda seguida no setor, já que em 2015 o número de contratações temporárias também foi menor que em 2014. Conforme explica o presidente do Sincomerciário, Jair Mafra, as empresas não tentarão aumentar os custos porque as vendas ficaram estagnadas no decorrer do ano.

Entretanto, historicamente, o volume de vendas cresce no último trimestre do ano e as empresas precisam reforçar a mão de obra para atender a demanda. “Dessa forma, haverá contratação temporária, mas a estimativa é que o número de vagas seja 20% menor o de 2015”, acrescenta.

Apesar disso, Mafra se mostra otimista em relação ao futuro. “O susto maior já passou. Já existe um governo definido e, com isso, a economia deve começar a estabilizar”, pondera.

Um levantamento prévio feito pelo Sindicato do Comércio Varejista de Mogi das Cruzes (Sincomércio) mostra que mesmo em outubro o volume de contratações ainda é incerto para o setor. O vice-presidente da entidade, Valterli Martinez, diz que muitos lojistas ainda estão avaliando a possibilidade de reforçar a equipe com mão de obra temporária. Caso isso ocorra, prossegue, “eles devem fazê-lo somente em novembro”.

Apesar de mais enxutos, alguns estabelecimentos já se adiantaram na contratação de final de ano, enquanto outros estão deixando para trabalhar com temporários a partir do final deste mês.

O gerente da loja Barracão, no Centro, Nilton Celestino dos Santos, diz que contratou quatro novos funcionários para o período de final de ano. Eles estão reforçando o time formado, normalmente, por 22 pessoas.

No ano passado, Nilton tinha contratado seis temporários. A redução, diz, se deve às incertezas que o momento econômico e político brasileiro trazem ao comércio. “A cautela está maior, porque o momento não nos permite arriscar muito”, conta.

No entanto, olhando para as campanhas anteriores, como o Dia das Crianças e o Dia das Mães, a expectativa segue positiva para o setor. “Não foi maravilhoso, mas foi muito bom. Vendo o cenário econômico atual, não tivemos do que reclamar”, completa.

A loja já chegou a trabalhar com 26 funcionários fixos e mais 10 temporários, mas a crise chegou a derrubar o quadro para 18 fixos e 4 temporários. Nilton diz que chegar a 22 trabalhadores formais já foi um alívio. Agora, aposta no reabastecimento do estoque com brinquedos da moda e novidades para atrair mais clientes.

Conforme ressalta o proprietário da rede de lojas Marilys Magazine, Hyro Cardoso Pereira Junior, o comerciante tem que ser criativo para manter um bom nível de vendas no final do ano. Ele espera contratar entre 6 e 8 temporários até o final deste mês, praticamente o mesmo volume do ano passado.

“Estou me programando para que este final de ano seja melhor que o passado. Tenho variedade, investi em propaganda. A gente te que ser criativo”, pondera.

O otimismo tem como base as vendas de Dia das Mães, Dia dos Pais e Dia dos Namorados deste ano. “Foi tudo muito bom. Estou confiante que o pior da crise já passou, mas ainda falta estabilidade no governo e na economia”, completa.

Mogi das Cruzes

Em meio a incertezas em relação aos rumos da economia, o comércio em Mogi das Cruzes espera atingir, pelo menos, o mesmo patamar de vendas do ano passado, segundo informa a presidente da Associação Comercial de Mogi das Cruzes, Tânia Fukusen. O otimismo do setor cresce conforme se aproxima a data mais esperada do ano, o Natal.

“A gente sabe que a crise ainda não passou, que está faltando um pouco de fôlego para todo mundo, principalmente em relação ao nível de desemprego. Mas no Natal a maioria das lojas vende bem e, mesmo quem vai dar uma lembrancinha, acaba comprando alguma coisa”, completa.

Mesmo assim, o momento pede cautela. Por isso, conforme indica Tânia, o comerciante precisa avaliar muito bem o estoque, conhecer o produto que está vendendo e tentar negociar os melhores preços possíveis para poder atrair o cliente e trabalhar de forma mais saudável.

O Natal do ano passado já não foi o melhor dos últimos anos, diz a presidente da ACMC, mesmo assim a expectativa conseguir manter as vendas, já que a impressão (ainda não há números fechados) é a de que o Dia das Crianças incorreu em queda de 5% no volume de negócios. “A gente comenta que estar de pé, de portas abertas, já é um bom sinal. E alguns comerciantes até já sentem uma melhora, percebem que a população está deixando de reclamar, o que já é um bom sinal”, finaliza.

Fonte: O Diário - Mogi 


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