Grande maioria dos lojistas de BH descarta contratação específica para fim do ano
O fim de ano é visto por muitos desempregados como uma grande oportunidade de encontrar um trabalho, mesmo que temporário, que lhe possibilite uma fonte de renda. Entretanto, em 2016, os belo-horizontinos que estão fora do mercado provavelmente terão bastante dificuldade para encontrar uma vaga. De acordo com levantamento feito pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), 81,8% dos empresários do varejo da Capital não contratarão funcionários temporários para as vendas do Natal. O desempenho aquém das expectativas nas outras datas comemorativas explica a opção da maior parte dos lojistas, que se mostram inseguros quanto ao consumo de fim de ano.
A decisão de não contratar por tempo determinado (42,7%), a falta de movimento suficiente que justifique a contratação (42,3%) e a crise econômica (7,3%) foram as principais razões apontadas pelos comerciantes para excluir dos planos a ampliação temporária da mão de obra. A analista de pesquisa da Fecomércio-MG, Elisa Castro, avalia que, desde o ano passado, o número de empresários interessados em contratar funcionários temporariamente vem reduzindo.
“Em 2014, quando começou a se falar em crise, a gente teve uma contratação de temporários até maior do que em 2013, mas, em 2015 e 2016, com a potencialização da deterioração do ciclo de consumo, esse número caiu. Os empresários não vão contratar funcionários temporários neste ano por não terem tantas expectativas quanto às vendas em função dos resultados obtidos nas outras datas comemorativas e também pela redução do consumo”, destaca Elisa Castro.
Ao todo, 11,9% dos lojistas entrevistados informaram que planejam aumentar a equipe no período, número 7,2 pontos percentuais inferior ao registrado em 2015 (19,1%). A estimativa é de que 7.240 vagas temporárias sejam abertas no fim do ano em Belo Horizonte, sendo 52,3% delas destinadas a vendedores e 31,8% a operadores de caixa.
Os segmentos que têm maior perspectiva pelas contratações são livros, jornais, revistas e papelaria (36,4%), tecido, vestuário e calçados (21,1%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (15,8%). O estudo mostra ainda que entre as empresas que contrataram no ano passado e o farão também em 2016 (9,9%), 41,7% ofertarão uma quantidade maior de postos e outros 41,7% manterão o mesmo patamar do ano anterior.
Efetivação - As chances de contratação definitiva, de acordo com o levantamento, são relativamente altas. Apenas 17,4% das empresas que planejam ampliar a mão de obra afirmaram ser nula a possibilidade de efetivar o trabalhador após o fim do ano. Elisa Castro pondera que esta projeção vem não só pela expectativa de melhora da economia, mas pelo fato de esta ser uma época bastante utilizada pelo lojista para encontrar funcionários adequados ao negócio.
“O perfil dos funcionários do comércio varejista é diferenciado, e muitas empresas têm dificuldades de encontrá-los. Os comerciantes se mostram favoráveis a contratar esses temporários porque se eles acharem o perfil desejado, não vão abrir mão dele. Então, aquele profissional que se adaptar à proposta de trabalho da empresa tem chance sim de ser efetivado no ano que vem”, afirma.
Fonte: Jornal Diário do Comércio de Minas