Brasília - O Brasil perdeu 39.282 vagas formais de emprego em setembro deste ano. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, o saldo negativo é menor do que o registrado no ano passado, quando foram fechados 95.602 postos no mesmo mês. Em setembro, foram contratados 1.142.797 trabalhadores e demitidos 1.182.079.
No cenário de crise econômica, setembro foi o 18º mês consecutivo em que o País demitiu mais trabalhadores do que contratou. O saldo divulgado ontem ficou dentro das estimativas de analistas do mercado financeiro consultados, que projetaram para setembro um intervalo entre o fechamento de 49.700 e a abertura de 10.300 vagas. Com isso, a mediana ficou negativa em 15.854 postos.
Desde abril, o ritmo de fechamento de postos de trabalho vem sendo menos intenso na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Em agosto, o saldo do Caged foi negativo em 33.953, ante 86.543 no mesmo mês de 2015.
No acumulado do ano, o saldo de postos fechados é de 683.597 pela série com ajuste, ou seja, incluindo informações passadas pelas empresas fora do prazo. No acumulado dos últimos 12 meses, o País encerrou setembro com 1.599.733 vagas formais a menos.
As perdas mais significativas de vagas em setembro foram registradas no Rio de Janeiro (-23.521 vagas), São Paulo (- 21.853 postos) e Minas Gerais (- 16.238 postos). Por outro lado, as unidades da Federação que mais geraram empregos foram Pernambuco (+15.721 vagas) e Alagoas (+13.395). No Rio de Janeiro, enquanto 99,3 mil postos foram abertos, outros 122,9 mil foram fechados. Só no Grande Rio, foram 21,3 mil vagas a menos. O setor de comércio de administração de imóveis foi o responsável pela maior fatia dessa perda do estado, com 10,8 mil postos a menos.
Entre as regiões, o Sudeste se destaca com o maior saldo negativo: as demissões foram maiores que as contratações em 63,5 mil em setembro. O Centro-Oeste aparece com um saldo negativo de 5,4 mil e o Norte, com um resultado negativo de 1 mil. O Nordeste contratou 29,5 mil pessoas a mais do que demitiu e o Sul aparece com um saldo positivo de 1,1 mil.
Setores - A construção civil foi o setor que mais fechou vagas formais no mês de setembro, de acordo com os dados divulgados ontem pelo Caged. O saldo no setor foi negativo em 27.591, de acordo com o Ministério do Trabalho.
O setor de serviços também registrou forte fechamento de postos, com saldo negativo de 15.144. O resultado líquido também foi de demissões na agropecuária (-8.198 vagas), indústria extrativa mineral (-692 postos), serviços industriais de utilidade pública (-515 postos) e administração pública (-448 postos).
Por outro lado, a indústria da transformação registrou o segundo mês de saldo positivo (+9.366), depois de amargar 17 meses consecutivos de fechamentos de vagas. Em seguida veio o comércio, que, com a proximidade do fim do ano, registrou contratações líquidas de 3.940 trabalhadores.
O resultado do mês passado foi puxado, principalmente, pelo comportamento positivo na área de produtos alimentícios e bebidas, que teve um saldo positivo de 15,2 mil vagas. De acordo com o Ministério do Trabalho, esse comportamento reflete principalmente a atividade de fabricação de açúcar.
Para o Ministério do Trabalho, a melhoria do resultado em relação a setembro de 2015 indica “continuidade na trajetória de recuo de perda de postos de trabalho com carteira assinada no País”.
Fonte: Jornal Diário do Comércio de Minas