Rio de Janeiro – O Brasil contabilizou 12,022 milhões de desempregados no terceiro trimestre, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa um aumento de 33,9% em relação ao mesmo período de 2015, o equivalente a 3,043 milhões de pessoas a mais em busca de uma vaga.
A população ocupada encolheu 2,4% no terceiro trimestre, como consequência do fechamento de 2,255 milhões de postos de trabalho. “A redução na população ocupada é recorde, foi a maior queda na série”, afirmou o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
A taxa de desemprego só não aumentou mais porque a população inativa cresceu 1,9%, o que significa que 1,205 milhão de pessoas optaram por deixar a força de trabalho em vez de procurar emprego.
Conforme os dados divulgados ontem pelo IBGE, a taxa de desocupação no Brasil ficou em 11,8% no terceiro trimestre de 2016, mantendo-se no maior patamar já registrado pela série histórica da Pnad Contínua. Este resultado ficou dentro das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que estimavam uma taxa de desemprego entre 11,70% e 12,00%, com mediana de 11,90%.
Em igual período do ano passado, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 8,9%. No trimestre encerrado em agosto deste ano, o resultado também ficou em 11,8%.
A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.015,00 no terceiro trimestre. O resultado representa queda de 2,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 176,8 bilhões no terceiro trimestre, queda de 3,8% ante igual período do ano anterior.
Setores - A indústria fechou 1,301 milhão de postos de trabalho no período de um ano, segundo os dados da Pnad Contínua. O montante representa uma redução de 10,1% no total de ocupados no setor no terceiro trimestre ante o mesmo período de 2015.
“A indústria já devia estar ligando as turbinas para atender às demandas do fim do ano. Isso não aconteceu”, lembrou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
A indústria demitiu funcionários mesmo na comparação com o segundo trimestre de 2016: foram 84 mil vagas fechadas, queda de 0,7% no total de ocupados na atividade.
O setor de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas - que guarda relação direta com prestação de serviços para o setor industrial - demitiu outras 977 mil pessoas no período de um ano, um corte de 9,3% das vagas no segmento no terceiro trimestre em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
A construção dispensou 171 mil trabalhadores, queda de 2,3% no total ocupado ante o terceiro trimestre de 2015, enquanto o segmento de comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas dispensou 501 mil funcionários, redução de 2,8% no pessoal ocupado.
O segmento de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura demitiu 442 mil pessoas, recuo de 4,7% na ocupação.
Na direção oposta, houve aumento no número de empregados nos setores de transporte, armazenagem e correio (220 mil vagas, avanço de 5,2% no total de ocupados no segmento); alojamento e alimentação (345 mil a mais, alta de 8,0%); administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (306 mil, alta de 2,0%); Outros serviços (97 mil trabalhadores a mais, aumento de 2,3%); e serviços domésticos (168 mil a mais, crescimento de 2,8%).
Desde janeiro de 2014, o IBGE passou a divulgar a taxa de desocupação em bases trimestrais para todo o território nacional A nova pesquisa substitui a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que abrangia apenas as seis principais regiões metropolitanas, e também a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) anual, que produz informações referentes somente ao mês de setembro de cada ano.
Fonte: Jornal Diário do Comércio de Minas