SÃO PAULO - As exportações de café verde do Brasil em outubro atingiram 2,89 milhões de sacas, com queda de 9,8 por cento ante o mesmo mês de 2015, em função de um forte recuo dos embarques de grãos da variedade robusta, após quebra de safra por problemas climáticos, informou nesta quarta-feira o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Já as exportações de arábica somaram 2,88 milhões de sacas no mês passado, alta de 1,3 por cento na comparação anual, atingindo o maior volume para um mês de outubro desde 2010. No caso do café robusta, houve uma queda de 97 por cento ante o mesmo mês de 2015, para apenas 9,8 mil sacas.
"É interessante notar que houve um desempenho muito fraco no café robusta, reflexo ainda da seca no Espírito Santo, que prejudicou a produção. Contudo, o arábica mais do que compensou esse cenário, sendo o maior volume exportado nos últimos cinco anos, se for levado em consideração o mês de outubro", disse o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes, em nota. "Desde 2010 não embarcávamos tantas sacas de arábica no mês de outubro", acrescentou ele. Em meses anteriores uma greve na alfândega do porto de Santos, principal exportador de café do Brasil, prejudicou a coleta de dados que compõem as estatísticas do Cecafé, levando a entidade a divulgar dados parciais.
Para outubro, contudo, "o processamento correto dos dados foi possível", disse o Cecafé. Apesar do menor volume embarcado, a receita com exportações de todos os tipos de café (incluindo industrializado) subiu 2,4 por cento em outubro, para 551 milhões de dólares, na comparação com o mesmo mês de 2015. A recuperação foi possível devido a uma valorização de 12,2 por cento no preço médio do café no mesmo período, em meio a maiores embarques do café arábica, mais caro que o robusta.
(Por Gustavo Bonato)
Fonte: DCI