Culturas foram prejudicadas pelo clima
Os cafeicultores de Minas Gerais e demais regiões que registraram perdas na produção em função das variações climáticas já podem contratar a linha de financiamento para operações de Recuperação de Cafezais Danificados do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). Ao todo, estão disponíveis R$ 20 milhões. O valor, apesar de ser considerado pequeno, é fundamental para o setor, já que muitos produtores do Sul do Estado tiveram os cafezais devastados por geadas e chuvas de granizo na safra 2016. No Espírito Santo, onde a demanda pelos recursos tende a ser ampla, o problema foi a estiagem severa. Segundo o diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e presidente das Comissões de Cafeicultura da Faemg e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Breno Mesquita, os produtores que já estão com as perdas comprovadas tecnicamente devem buscar as entidades financeiras que operam as linhas do Fucanfé o mais rápido possível.
"No momento atual, o mais importante é que o produtor, cujo cafezal foi afetado e que já foi oficializada a comprovação técnica, busque rapidamente as entidades financeiras para ter acesso ao crédito. O recurso disponível, R$ 20 milhões, é pequeno frente aos problemas enfrentados na produção. Em Minas Gerais, a região Sul foi a mais afetada. Lá, muitos produtores registraram perdas em função de geadas e de chuva de granizo", explicou Mesquita. A linha de Recuperação de Cafezais Danificados foi criada há mais de cinco anos e garante recursos para que o cafeicultor invista na recuperação das áreas atingidas e tenha condições de se manter ativo na atividade. Mesquita explica que ao longo dos últimos anos, a linha de crédito foi pouco demandada e para que ela não fosse extinta foram reservados apenas os R$ 20 milhões. Frente as perdas provocadas pelas geadas e pelas chuvas de granizo em Minas Gerais e a severa seca observada no Espírito Santo, o recurso para o atual ano produtivo é considerado pequeno. Por isso, as entidades representantes do setor já estão buscando meios que possam ampliar o volume de crédito disponível já a partir da próxima safra.
"Mantivemos este valor para que a linha não fosse extinta. Dessa forma, o acesso ao crédito é mais ágil. A linha é fundamental para o produtor que registrou perdas. Ao acessar os recursos, ele terá três anos de carência e mais três para quitar o valor". De acordo com as informações divulgadas pelo Conselho Nacional do Café (CNC), os recursos podem ser acessados por produtores que tiveram, no mínimo, 10% da área das lavouras cafeeiras danificadas por chuvas de granizo, geadas, vendavais ou outros fenômenos climáticos. O financiamento deve ser destinado à recuperação e replantio da área afetada, conforme orçamento, que deve ser acompanhado de laudo técnico que delimite a área prejudicada, a intensidade das perdas decorrentes do evento e identifique a forma de recuperação da capacidade produtiva dos cafezais. O Manual de Crédito Rural (MCR) define que o limite de empréstimo é de até R$ 3 mil por hectare, restrito a R$ 400 mil por produtor. O período de contratação se estende de janeiro a dezembro, com a formalização ocorrendo até 10 meses após a ocorrência do evento climático.
Fonte: Diário do Comércio de Minas