Agora é possível negociar máquinas agrícolas em troca de sacas de café, como alternativa de crédito
A New Holland Agriculture, pertencente à CNH Industrial, passou a negociar as máquinas agrícolas por meio de troca por sacas do café, considerando o mercado promissor para o grão e a escassez de crédito para o cafeicultor. A marca já negociava máquinas na modalidade barter com financiamento em sacas de soja e a expectativa é de bons resultados também na cultura do café. Para o ano que vem, a empresa projeta a venda de pelo menos 60 unidades de tratores na modalidade.
O ingresso do café na modalidade também foi estimulado pelos bons preços pagos pela commodity e pela expectativa de manutenção dos valores em patamares lucrativos ao longo do próximo ano. A New Holland priorizou os estados de Minas Gerais, São Paulo e Bahia, principais produtores de café do País, para dar início a esse financiamento.
De acordo com o gerente de Marketing da New Holland, Jefferson Kohler, as expectativas são positivas, principalmente pela opção de crédito ser comum entre os produtores rurais que já utilizam a modalidade na aquisição de sementes, defensivos agrícolas e fertilizantes.
"O mercado do café é atraente e tem um potencial muito grande. A modalidade barter é uma ferramenta a mais para a negociação dos equipamentos, que além de seguro é ágil. No atual momento, de escassez de crédito, a alternativa é viável para que o produtor mantenha os investimentos e tenha acesso à alta tecnologia", explicou Kohler.
Ainda neste ano, a expectativa é negociar 20 tratores até dezembro, volume que em 2017 pode alcançar 60 unidades, negociadas, em média, entre R$ 80 mil e R$ 90 mil. O primeiro trator com financiamento alternativo foi comercializado em Varginha, no Sul de Minas Gerais. "O retorno que tivemos do cafeicultor que adquiriu o primeiro trator pelo sistema de barter foi muito positivo. Ele foi à concessionária comprar duas unidades, mas os recursos da linha de crédito tradicional eram suficientes para apenas um. Foi apresentada a opção de troca da máquina pela entrega de café e ele pode adquirir os dois tratores. Foi positivo para a empresa, que vendeu duas máquinas, e para o cafeicultor, que comprou o que planejava".
Outra vantagem do sistema é a possibilidade de financiar máquinas importadas da New Holland, que não estão incluídas nos programas de financiamento do governo. A colhedora de café Braud, é um exemplo. A expectativa é vender entre cinco e oito unidades em 2017 através da modalidade. "A Braud é uma colhedora de café importada que custa entre R$ 1 milhão e R$ 1,1 milhão, e não é financiada pelas linhas tradicionais de crédito. Pelo processo de barter, o cafeicultor poderá financiar", explicou Kohler. De acordo com Kohler, para estruturar as negociações, a New Holland foi assessorada pela Unibarter, empresa referência no assunto e que conduziu a operação com a Louis Dreyfus Company, líder na comercialização e processamento de produtos agrícolas e uma das parceiras do programa no Brasil.
Fonte: Diário do Comércio de Minas