Prorrogadas as parcelas vencidas e a vencer entre setembro de 2016 e março de 2017
Os suinocultores de Minas Gerais que pretendem renegociar os vencimentos das linhas de crédito de custeio e investimento pecuário junto ao Banco do Brasil já podem procurar a entidade financeira para tentar a prorrogação dos débitos. As operações foram iniciadas em 14 de novembro e atende à demanda dos representantes dos suinocultores.
A renegociação é vista como fundamental para a continuidade da produção, uma vez que o endividamento do setor foi agravado pela elevação dos custos e preços de venda baixos praticados ao longo de 2016.
De acordo com o vice-presidente da Associação dos Suinocultores de Minas Gerais (Asemg), José Arnaldo Cardoso Penna, a renegociação beneficiará muitos produtores do Estado.
“A renegociação das dívidas dos suinocultores vai ajudar e trazer um pouco de alívio para muitos suinocultores que estão em situação delicada. O ano de 2016 foi marcado pela alta significativa dos custos, principalmente com a alimentação, o que comprometeu a rentabilidade do setor”, explicou Cardoso Penna.
O Banco do Brasil autorizou a prorrogação das parcelas vencidas e que vencerão entre setembro de 2016 e março de 2017, de empreendimentos conduzidos por suinocultores independentes. Desde o dia 14 de novembro, os produtores interessados já podem procurar a agência de relacionamento para prorrogar as dívidas.
Ainda de acordo com as informações divulgadas pelo Banco do Brasil, para a renegociação das dívidas serão admitidos a dispensa do cálculo individualizado de capacidade de pagamento para as operações de custeio e investimento; novo cronograma de retorno para as operações de custeio, com exigência de pagamento mínimo de 15% para os produtores da região Sul, 30% para a região Centro-Oeste e 50% para as regiões Sudeste, Norte e Nordeste.
Também serão prorrogadas as parcelas de investimento e os custeios prorrogados em anos anteriores, vencidas ou a vencer no período de setembro de 2016 a março de 2017, para um ano após o vencimento final do contrato.
Em nota, a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) ressaltou que o Banco do Brasil identificou que a renda do suinocultor foi consideravelmente impactada pelos custos de produção, especialmente pela elevação do preço do milho, e ainda por fatores mercadológicos, como o desaquecimento do mercado interno, que também influenciaram na redução de margens da atividade.
Mercado - Com a aproximação das festas de final de ano, período em que o consumo de carne suína é estimulado, os preços pagos aos produtores voltaram a subir, após 13 semanas de estabilidade. O preço acordado entre os produtores e os frigoríficos foi de R$ 4,4 por quilo do suíno vivo, alta de 4,7% frente aos R$ 4,2 praticados nas últimas semanas. A tendência é de novas valorizações.
“Nas próximas semanas a tendência é de alta demanda pela carne suína, já que os estoques dos supermercados ainda não foram formados para as festas de fim de ano. Diante de uma oferta ajustada, a expectativa do setor é que os valores pagos pelo suíno registrem novos aumentos.
Além disso, a expectativa é de consumo maior da carne suína em função dos elevados preços da carne bovina, o que também favorece o setor”, explicou Cardoso Penna.
Ainda segundo o representante da Asemg, o reajuste de preços da carne é fundamental para a recuperação do setor, que ao longo do ano enfrentou custos elevados e preços que não garantiram rentabilidade.
O momento atual também é considerado um pouco mais favorável para a produção. Com a liberação das exportações de milho dos Estados Unidos e as importações da Argentina e do Paraguai, os preços do cereal recuaram. O valor máximo pago pela saca de 60 quilos do produto chegou a R$ 57 e agora o mesmo volume está próximo a R$ 42, queda de 26,3%.
“O recuo dos preços do milho aliviou um pouco a situação. Mas, em relação ao ano passado, os custos ainda estão muito elevados. O quilo da ração que era comprado em 2015 a R$ 0,85 hoje é vendido a R$ 1,2, aumento de 41%. O peso vem da soja e dos aminoácidos que compõem a ração e têm os preços balizados pelo dólar”, explicou.
Fonte: Diário do Comércio