Abrapa busca apoio da indústria

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Objetivo dos produtores é elevar a demanda em até 6% nos próximos cinco anos

 

Com o objetivo de estimular o consumo de algodão nas indústrias têxteis do País, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) criou o Plano de Incentivo ao Uso do Algodão. O projeto é uma resposta do setor ao crescimento do uso de outros tecidos, como os sintéticos, nas confecções. Várias ações serão desenvolvidas e a expectativa é ampliar a demanda de 5% a 6% nos próximos cinco anos. O plano também é considerado fundamental para estimular a produção e agregar valor, pois enquanto o quilo da pluma é vendido a R$ 6, o quilo de camisas feitas com o algodão fica em torno de R$ 300.

 

De acordo com o presidente da Abrapa, João Carlos Jacobsen, a decisão de criar o plano de incentivo surgiu após uma pesquisa sobre a produção de algodão no Brasil, que incluiu desde o plantio até o consumo final. Uma das constatações foi a perda de parte do mercado do algodão para outros fios, principalmente os sintéticos.

 

"A partir da pesquisa percebemos que era preciso fazer algo para ganhar mercado e não perder para outros fios e tecidos. Percebemos que o ponto forte do algodão é o vestuário infantil e as linhas para o lar, com 83% de uso do algodão em cada setor. Mas, em outras, como vestuário feminino e esportivo, o uso do algodão é pequeno, representando 21% e 11%, respectivamente. Decidimos criar ações mostrando os benefícios do algodão e estimular o maior uso em todas as categorias", disse Jacobsen. O primeiro passo foi o lançamento da campanha "Sou de Algodão", durante a 42ª edição da São Paulo Fashion Week (SPFW), realizada em outubro. O objetivo foi conscientizar as pessoas e a indústria sobre os benefícios do algodão produzido nacionalmente. De acordo com a Abrapa, nessa etapa da campanha serão formadas parcerias com marcas de moda para promover o uso do algodão na indústria, além de realizar um intenso trabalho de conscientização em universidades (especialmente nos cursos de moda), e em pontos de venda do varejo.

 

"Precisávamos fazer alguma coisa pra causar impacto e chamar a atenção e o investimento na São Paulo Fashion Week foi uma opção que gerou resultados satisfatórios. É um trabalho contínuo, queremos mostrar a importância da produção, a qualidade, o conforto, o caimento e a versatilidade. Tudo que estamos fazendo é para incentivar o consumo, mostrando para os profissionais da moda estas qualidades do algodão para que trabalhem o produto no dia a dia e nos lançamentos. Também vamos atingir as grandes redes, com treinamento, mostrando para promotores de venda a importância de orientar o cliente e os diferenciais dos produtos feitos com algodão", explicou.

 

Oferta - Além de estimular o consumo, o programa também tem ações voltadas para a produção no campo. Uma das empresas parceiras do Plano de Incentivo ao Uso do Algodão é a Bayer, uma das principais fornecedoras de semente. "Estamos desenvolvendo programas voltados para o lado agrícola, onde buscamos produzir um algodão com as melhores características. Além de termos uma pluma de qualidade, o setor também busca por variedades altamente produtivas, e isso agrega competitividade ao nosso produto", explicou.

 

O estímulo ao consumo e os investimentos na melhoria da produção são importantes para gerar maior renda para os produtores. De acordo com Jacobsen, ao ser industrializada, a pluma de algodão se torna mais valorizada. Para se ter ideia, enquanto o preço médio do quilo da pluma é negociada a R$ 6, o produto final, como as camisas de algodão, é vendido, no quilo, a R$ 300.

 

"Somos o quarto maior exportador de pluma do mundo, mas queremos ampliar a venda no mercado interno, que tem muito espaço para absorver a produção. Além de ser um processo mais ágil, o que melhora o desempenho comercial, é importante que a indústria têxtil esteja produzindo muito e agregando valor dentro do País", disse Jacobsen.

 

 

Fonte: Diário do Comércio de Minas

 


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