De julho a outubro foram liberados R$ 7,01 bilhões, queda de 7%, mas perspectiva é de crescimento
Os desembolsos do crédito rural para Minas Gerais recuaram nos primeiros quatro meses da atual safra. De acordo com dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), entre julho e outubro de 2016 foram liberados para o setor mineiro R$ 7,01 bilhões do crédito agropecuário, demanda que ficou 7% inferior quando comparada aos R$ 7,51 bilhões desembolsados em igual período de 2015. No Brasil, o recuo foi de 10% no período, somando R$ 59,17 bilhões. A participação do Estado no uso dos recursos representa 13% do valor desembolsado para o País. Ao todo, no Estado, foram aprovados 73,6 mil contratos, número 20% menor que o registrado entre julho e outubro de 2015.
A agricultura foi o setor que demandou maior volume de crédito, R$ 4,8 bilhões. Porém, o montante ficou 10% inferior ao demandado entre julho e outubro de 2015, quando os agricultores utilizaram R$ 5,35 bilhões. Em relação ao número de contratos, a queda foi de 26%, com a aprovação de 27 mil frente aos 236,8 mil registrados anteriormente. O valor desembolsado para a pecuária totalizou R$ 2,21 bilhões, aumento de 2% quando comparado aos R$ 2,16 bilhões contratados em igual período do ano passado. O número de contratos da atual safra somou 46,5 mil, recuo de 16%.
De acordo com o superintendente de Política e Economia Agrícola da Seapa, João Ricardo Albanez, a expectativa é que a demanda pelo crédito rural fique maior ao longo dos próximos meses. "Os produtores estão cautelosos e observando os rumos do mercado. Com a regularização das chuvas, o que favorece a produção, esperamos que a demanda pelo crédito fique maior. Estamos com boas perspectivas em relação à safra de grãos e isso deve contribuir para reverter estes indicadores", explicou Albanez.
Dentre as linhas do crédito agrícola, o maior volume de recursos foi destinado ao custeio da safra. Ao todo já foram desembolsados para Minas Gerais R$ 3,59 bilhões, retração de 22% quando comparado com igual período do ano safra anterior. Cerca de 32,9 mil contratos foram aprovados, volume 22% menor. A linha é voltada para a cobertura de despesas ao longo do ciclo produtivo. Dos recursos da linha de custeio foram aplicados na agricultura R$ 2,47 bilhões, queda de 33% quando comparado com os R$ 3,69 bilhões desembolsados nos quatro primeiros meses da safra passada. Para a pecuária foi destinado R$ 1,13 bilhão, aumento de 19%.
A maior parte dos recursos liberados na linha de custeio foi destinada às culturas do café, cujo desembolso alcançou R$ 461,21 milhões, seguidas pela da soja (R$ 91,57 milhões), cana-de-açúcar (R$ 72,18 milhões) e milho (R$ 62,4 milhões). O café, principal produto do agronegócio de Minas Gerais respondeu por 59% das liberações. Investimentos - Na linha de investimentos foi registrada retração de 11% no valor liberado para o Estado, com o desembolso de R$ 1,12 bilhão e aprovação de 39,4 mil contratos, uma demanda 19% inferior.
Na pecuária foi verificada queda de 33% no valor aplicado, com a liberação de R$ 550 milhões, frente aos R$ 820 milhões registrados em igual período da safra anterior. Já na agricultura, a liberação de recursos cresceu 30%, alcançando R$ 570 milhões. Já na linha de comercialização, foi verificada alta nos desembolsos. A modalidade assegura ao produtor rural e às cooperativas recursos necessários à adoção de mecanismos que garantam o abastecimento e o armazenamento da colheita nos períodos de queda de preços.
Nos primeiros quatro meses da safra, foram destinados ao Estado R$ 2,11 bilhões, aumento de 30%. Apesar do incremento no valor, o número de contratos aprovados caiu 13%, somando 1,2 mil. Para a agricultura foi desembolsado R$ 1,61 bilhão, aumento de 31%. Na pecuária a alta ficou em 26%, com a liberação de R$ 500 milhões.
Fonte: Diário do Comércio de Minas