Condições climáticas mais favoráveis e tendência de manutenção de preços estimulam o plantio
As perspectivas de condições climáticas mais favoráveis ao desenvolvimento da produção agrícola e a tendência de manutenção dos preços de importantes produtos, como o milho e o feijão, em patamares rentáveis, estão estimulando o plantio da safra 2016/17 de grãos. A expectativa é colher entre 13 milhões e 13,46 milhões de toneladas em Minas Gerais, alta de até 14% frente as 11,8 milhões de toneladas colhidas em 2015/16. No período, a produção do milho vai crescer 27,2%. Os dados são do segundo Levantamento da Safra 2016/17, divulgado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
"Este é um dos primeiros levantamentos baseados na intenção de plantio dos produtores e nos próximos meses podem ocorrer alguns ajustes. Se confirmada a produção de 13,46 milhões de toneladas, teremos um volume recorde em Minas Gerais. O volume histórico alcançado no Estado foi em 2013, quando colhemos 12,1 milhões de toneladas de grãos", explicou o superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), João Ricardo Albanez.
Neste ano safra, o destaque será o milho. As informações preliminares para Minas Gerais, maior produtor do cereal na primeira safra, sinalizam uma ampliação variando de 5% a 10% na área de plantio do milho, em relação à safra anterior, somando um espaço máximo de 921,1 mil hectares. O incremento se deve à elevação das cotações promovidas pela baixa oferta do produto no mercado interno. Na primeira safra, a expectativa é colher entre 5,1 milhões e 5,4 milhões de toneladas, alta máxima de 5,9%.
De acordo com os pesquisadores da Conab, é possível que o aumento no plantio de milho se mostre ainda maior nos próximos levantamentos, quando a intenção dos produtores estiver melhor definida. A semeadura ocorre entre outubro e dezembro, com a regularização do período chuvoso. Para a segunda safra de milho, a expectativa de crescimento é ainda maior, 161%, com a colheita de 2,1 milhões de toneladas de milho.
A produção total de milho no Estado foi estimada entre 7,2 milhões e 7,53 milhões de toneladas, o que, se alcançado, ficará entre 23,1% e 27,2% superior ao volume colhido na safra passada."A expectativa de demanda e dos preços mais altos na comercialização do milho fez com que os produtores ampliassem a área em produção", explicou Albanez.
Soja - Ao contrário do milho, é esperada queda na produção de soja em função da concorrência com o cereal. De acordo com o levantamento, a expectativa é colher entre um volume mínimo de 4,4 milhões de toneladas e o máximo 4,58 milhões de toneladas, retração de 6,3% no volume mínimo e de 3,1% no máximo. A área de plantio está estimada entre 1,4 milhão e 1,47 milhão de hectares, sinalizando uma queda aproximada de 2,2% em comparação com a safra passada. A produtividade esperada, 3,1 toneladas por hectare, ficou 3,6% menor. O plantio da soja foi iniciado em outubro, com a ocorrência das primeiras chuvas, e deve seguir até dezembro. A expectativa é que haja um incremento do plantio de variedades precoces, de modo a viabilizar o cultivo sequencial de milho ou sorgo no período de safrinha.
Em relação ao feijão, a área de plantio da primeira safra ficará entre 8% e 12% superior, sendo estimada entre 158,3 mil hectares e 164,2 mil hectares. A produtividade média de 1,2 tonelada por hectare será 7,7% inferior à safra passada. A produção deve ficar entre 190,8 mil toneladas e 198 mil toneladas, variando entre uma queda de 0,3% e aumento de 3,4%. A produção total foi estimada em até 541,3 mil toneladas de feijão, alta de 4,1%.
De acordo com a Conab, o plantio de algodão em Minas Gerais terá início em 20 de novembro, quando encerra o período de vazio sanitário de 60 dias instituídos pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). A medida fitossanitária é utilizada para prevenção e controle do bicudo e para proteger a produção mineira dos prejuízos ocasionados pela praga. No atual período é esperada alta de 2% na produção de algodão em caroço, somando 68,4 mil toneladas. A produtividade média das lavouras ficou 2% maior, com rendimento de 3,48 toneladas por hectare. Com a tendência de preços altos para o milho, observa-se a intenção de ampliar a produção do sorgo, que tem preços balizados pelos do cereal. A ampliação esperada é de 48,7% saindo de 348,3 mil toneladas de sorgo colhidos na safra 2015/16 para 517,8 mil toneladas no atual período.
Fonte: Diário do Comércio de Minas