Aché cresce em genéricos e lucra R$ 90 milhões em 2008

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O laboratório farmacêutico Aché continua colhendo boa parte de sua receita nos medicamentos sob prescrição médica, com mais de R$ 1 bilhão em vendas. No entanto, conseguiu registrar um forte crescimento nas receitas com genéricos em 2008, uma categoria que o tradicional laboratório demorou a apostar.

 

De uma venda total de R$ 1,49 bilhão apurada pelo Aché nas farmácias no ano passado, a companhia vendeu R$ 284 milhões em genéricos, um crescimento de 45% em valores sobre o ano anterior, o dobro da média do mercado farmacêutico. Isso permitiu ao Aché consolidar o terceiro lugar em vendas de genéricos, atrás da Medley e do EMS, ambos nacionais.

 

O Aché foi um dos últimos dos grandes laboratórios nacionais a ingressar no segmento de genéricos. Com uma extensa linha de medicamentos similares, foi até contra enquanto outros laboratórios nacionais avançavam apoiados pela política do governo federal. Com a aquisição da Biosintética em 2005, assumiu uma linha de genéricos. Mesmo assim, sua atuação inicial foi bastante tímida, perdendo vários registros para os donos originais, como o israelense Teva, e só agora começa a mostrar força: criou uma unidade própria para cuidar do segmento e fortaleceu sua equipe de vendas.

 

Provavelmente fora da disputa pelo controle da Medley que deve ficar nas mãos da francesa Sanofi-Aventis, o laboratório Aché avalia que poderá fortalecer internamente sua linha de genéricos e alcançar em dois anos os líderes do mercado brasileiro.

 

Em 2008, o Aché registrou lucro líquido de quase R$ 90 milhões, alta de 8% sobre o ano anterior. A receita bruta alcançou R$ 1,91 bilhão, um crescimento de 17% em relação ao ano passado. A receita operacional líquida avançou 12,3%, para R$ 1,071 bilhão. Boa parte do endividamento da companhia foi reduzido graças a geração de caixa, de R$ 304 milhões no ano passado. Com isso, a dívida líquida sofreu uma diminuição de R$ 63 milhões, caindo para R$ 42 milhões. A relação dívida líquida sobre a geração de caixa do Aché no fim do ano foi de 0,1%.

 

Em 2008, o laboratório criou uma área de biotecnologia, investiu R$ 16,7 milhões em pesquisa e desenvolvimento (43% a mais), o que incluiu o início de cinco novos projetos de inovação incremental e nove programas de inovação radical. Para 2010, prevê a conclusão dos investimentos de ampliação de sua fábrica em Guarulhos (SP), que totalizam R$ 75 milhões.

 

Dispostos a preparar a empresa para a abertura de capital quando o cenário econômico estiver mais calmo, as famílias fundadoras do Aché decidiram criar uma empresa controladora, a Aché Holding S/A. Foi acertado ainda um acordo de acionistas válido por 20 anos.

 

Ao mesmo tempo, eles concluíram a reestruturação societária do Aché, separando os ativos agrícolas das atividades farmacêuticas. Isso incluiu duas fazendas, que somam 50 mil hectares no município de Nova Mutum (MT), onde já criam gado. Ao contrário dos planos iniciais de plantio de cana-de-açúcar e eventual produção de etanol, os donos do laboratório vão plantar soja e intensificar a pecuária. O novo plano prevê investimentos de R$ 50 milhões.

 

Com a morte em março de Victor Siaulys, um dos fundadores do Aché, Adalmiro Dellape Baptista assumirá a presidência do conselho de administração do Aché. José Luiz Depieri continua como vice e Jonas Siaulys, filho de Victor, assumiu assento no conselho.
 


Veículo: Valor Econômico


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