A produção gaúcha de arroz poderá chegar a 8,4 milhões de toneladas na safra 2016/17, segundo a Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz). Mas, como sempre ocorre na agricultura, o clima precisará contribuir. No ciclo passado, o 2015/16, os efeitos decorrentes do fenômeno climático El Niño causaram uma perda de 16% na produção, que ficou em 7,35 milhões de toneladas. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima uma produção de 8,25 milhões de toneladas para o Rio Grande do Sul.
"Temos chuvas irregulares e em alta intensidade alguns dias, que prejudicam o nivelamento das lavouras. Também temos radiação solar abaixo da média, mas ainda nada que nos preocupe", disse Henrique Dornelles, presidente da Federarroz, durante a 27ª Abertura Oficial da Colheita de Arroz, na quinta-feira. De qualquer forma, se o atual cenário permanecer, Dornelles acredita que a produção de ao menos 8,2 milhões de toneladas de arroz na safra do Estado está garantida. O Rio Grande do Sul é responsável por 75% da produção nacional do cereal.
Em relação à comercialização, Dornelles disse que o produtor vai obter preços bons nesta início de colheita em virtude de estoques muito mais baixos não só no Brasil mas em todo o Mercosul. "Isso é positivo para o início da safra, mas não quer dizer que se manterá durante a colheita, pois existe um movimento histórico de depressão de preços neste período. Estamos trabalhando com um preço teto de R$ 45 a saca, podendo ter oscilações, com um piso de R$ 40", projetou.
O dirigente também acredita num cenário favorável à exportação. "Para este período, a previsão é que tenhamos um dólar mais valorizado do que a média dos últimos meses de 2016, dando sustentação as exportações e limitando a importação", disse
Por Fernanda Pressinott
Fonte : Valor Econômico