São Paulo - A proporção de empresários do varejo com estoque acima do ideal atingiu 36,7% em março, segundo dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Dessa forma, a indicação é que os lojistas continuem com cautela na hora de prever a demanda antes de ir as compras. O levantamento faz parte do Índice de Estoques (IE) e atingiu 98,9 pontos, altas de 1,4% na comparação com fevereiro e 4,5% em relação ao mesmo mês de 2016. O crescimento do indicador no mês foi motivado pela queda de 0,7 ponto porcentual (p.p.) na parcela de empresários que afirmaram estar com estoques abaixo do ideal indo de 14,4% em fevereiro para 13,7% em março.
Entre os empresários com excesso de produtos guardados o aumento na passagem de fevereiro para março foi de 0,2 p.p. ao passar de 36,5% em fevereiro para 36,7% em março. Adicionalmente, 49,3% dos varejistas declararam ter o nível adequado de estoques, alta de 0,7 p.p. em relação ao mês anterior, mas muito abaixo do registrado em 2015, quando essa parcela rondava os 60%. De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, os diferenciais entre estoques acima e abaixo voltaram a subir um pouco pelo segundo mês consecutivo e a proporção de empresários com excesso de produtos nas prateleiras tem se mantido acima do esperado, após um curto período de uma trajetória de queda muito gradual destes números.
A Entidade esperava que os dados posteriores ao Natal fossem apenas um retrato do mau momento, mas que com as promoções de vendas no primeiro trimestre e com a provável retomada gradativa da atividade, o excesso de estocagem fosse se ajustando. "Porém, isso ainda não está ocorrendo, e a expectativa é de que os empresários esperem um pouco antes de aderirem ao momento de maior otimismo no quesito encomendas, até resolverem seus problemas de giro de mercadorias", diz a federação, em nota. Para aqueles que estão em ramos sazonais (moda e vestuário, por exemplo), a Federação recomenda fazer novas encomendas aos poucos, e ao mesmo tempo acelerar as promoções agora, próximo do final da estação de calor e férias. No restante, a FecomercioSP pondera que é necessário acompanhar o desempenho de perto, sabendo que há um clima mais positivo para a economia, mas sem exagero no entusiasmo. "Ainda existe uma forte necessidade de equilíbrio e mesmo após mais de dois anos de recessão e os lojistas precisam conter a ansiedade em ver os resultados", finaliza.
Fonte: DCI