Contra crise, produtor amplia presença na agroindústria

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Para driblar a inadimplência da indústria e problemas históricos do setor, agricultores buscam ampliar sua atuação em outros elos da cadeia, verticalizando a produção. No Paraná, produtores do Município de Rolândia estão construindo um moinho de trigo que terá capacidade para processar 130 mil toneladas de trigo por ano. Os triticultores estão entre os produtores brasileiros mais dependentes da indústria doméstica tendo em vista que o País não é exportador do cereal.

 

Dos R$ 30 milhões que estão sendo investidos, aproximadamente R$ 10 milhões são provenientes de recursos próprios dos produtores, os R$ 20 milhões restantes são financiados pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). A tecnologia utilizada da marca sueca Buhler é inédita no Brasil e possibilita a ampliação do projeto.

 

O início da moagem está previsto para o final do mês de agosto, o que irá possibilitar o processamento do trigo da safra 2009/2010.

 

Segundo Eliseu de Paula, presidente da Cooperativa Agroindustrial (Corol), que centraliza cerca de 2 mil triticultores da região norte do Paraná, a construção do moinho é um anseio antigo desses agricultores. "A ideia é produzir, processar e ir para os melhores mercados", disse o líder dos agricultores. Ele afirmou ainda que o objetivo é agregar cada vez mais valor e vender o produto acabado. "No futuro vamos duplicar a produção de farinha, produzir o farelo e entrar no ramo de pastifício", revela.

 

O presidente da Corol destaca a importância do triticultor passar a deter outros elos da cadeia tendo em vista a dificuldade de comercialização que há no segmento. "Os moinhos compram da mão para boca, sendo dono do seu próprio moinho o produtor vai poder comercializar no longo prazo, obter renda melhor, participando do mercado nos melhores períodos de preço", avalia.

 

A Corol também atua na industrialização de produtos como café, álcool e laranja. O próximo projeto é no setor de carnes, talvez a área que hoje apresente os maiores problemas, em termos de comercialização e dívida. De acordo com De Paula, os pecuaristas da região querem vender a carne industrializada e para isso acabam de conseguir junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a aprovação da planta do frigorífico de bovinos. "Dono da verticalização o produtor consegue buscar a margem em outros elos da cadeia e, se há dificuldade na agroindústria, pode diluir o custo com maior liquidez e menos risco", avaliou o presidente da Corol.

 

A crise financeira deve reduzir a renda agrícola (da porteira para dentro) de R$ 161 bilhões em 2008 para R$ 153,8 milhões este ano, segundo a última previsão do Mapa. No entanto, a dificuldade dos agricultores vai muito além de questões impostas pela crise. Problemas estruturais, como logística para o escoamento da safra, e dependência externa de alguns insumos ainda são obstáculos para o aumento da renda.

 

No Mato Grosso, produtores de soja, milho e algodão querem investir na Ferrovia Leste-Oeste e também avançam na prospecção de fósforo para produção de fertilizante. Com a proximidade do período de licitações da obra, previsto para setembro, a Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja), em parceria com a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), intensifica as conversações com empresas interessadas em viabilizar o projeto. O trecho Iguaçu-Vilhena, o que mais interessa aos produtores da região, terá 1,5 mil quilômetros de extensão. Com a ferrovia, os produtores do Mato Grosso terão a opção de escoar a produção pelo Porto de Santos, em São Paulo ou subir para o Porto de Itaqui, no Maranhão."A gente pretende entrar na concorrência [pela licitação]. Estamos fazendo um projeto de viabilidade para apresentar aos investidores", disse Glauber Silveira, presidente da Aprosoja.

 

Visando a exploração e produção de fertilizantes, os produtores mato-grossenses começam este mês uma nova fase da prospecção de fósforo na região. Até agora foram investidos R$ 1,2 milhão em recursos próprios na perfuração do solo em até 20 metros. Nessa nova fase foram escolhidos alguns pontos para a sondagem profunda, na qual a perfuração irá chegar a 100 metros. Até o final do ano estão previstos R$ 3 milhões em investimentos.

 

Alternativas de ganhos estão sendo mitigadas a cada dia na economia brasileira ante a crise. No campo, por exemplo, a inadimplência de fábricas e frigoríficos levou agricultores do Paraná e do Mato Grosso à verticalização. Cerca de 2 mil triticultores da região de Rolândia (PR) partiram para a construção de moinho próprio que terá capacidade para processar 130 mil toneladas de trigo por ano. Dos R$ 30 milhões investidos, aproximadamente R$ 10 milhões são de recursos próprios; os R$ 20 milhões restantes são financiados pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e o início da operação é previsto para o final de agosto, a tempo de processar o trigo da safra 2009/2010. "No futuro, vamos duplicar a produção de farinha, produzir o farelo e entrar no ramo de pastifício", diz Eliseu de Paula, presidente da Cooperativa Agroindustrial (Corol), do norte do Paraná.

 

No Mato Grosso, produtores de soja, milho e algodão querem investir na Ferrovia Leste-Oeste e também recuam até a prospecção de fósforo para produção de fertilizantes. Com a proximidade da licitação da ferrovia, prevista para setembro, a Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja) e a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa) negociam, com parceiros, lances na obra. Os mato-grossenses também começam este mês nova fase da prospecção de fósforo e já investiram R$ 1,2 milhão de recursos próprios na perfuração do solo até 20 metros.

 

Os serviços de consultorias e auditorias encontraram no setor de tecnologia da informação (TI) uma nova oportunidade ao desenvolver softwares específicos para o segmento contábil, já que a implantação do pacote do Sistema Público de Escrituração Contábil (SPED) tem gerado uma forte demanda dos clientes tradicionais. O negócio de software está tão aquecido que seus contratos nas consultorias contábeis já aumentaram 15% só no trimestre. "Nossos sistemas já estavam avançados e, percebendo a carência do mercado, passamos a comercializar nossos produtos", diz Fernando Alcazar, da Asplan.

 

O maior volume de clientes que vão a shoppings para lazer e alimentação faz prever aumento de até 10% no fluxo de veículos nos estacionamentos, nos próximos dois anos. As administradoras deste segmento cuidam de reformas para ampliar espaços, pois afirmam ter encontrado um filão lucrativo nesse serviço. É o caso da General Shopping e da Sonae Sierra Brasil, cujos estacionamentos renderam cerca de R$ 22,3 milhões em 2008.

 

A Bernauer, líder nacional no fornecimento de ventiladores e filtros industriais, também viu novo nicho de mercado: execução de serviços de manutenção dos equipamentos dos parques industriais dos seus clientes frente à queda na demanda por equipamentos novos. A Bernauer mantém o cliente até a retomada das encomendas. "Fidelizamos o cliente. O nosso foco é apresentar soluções", diz o presidente da empresa, Rodolfo Kurt Bernauer.

 

Veículo: DCI


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