Após apresentar superávit em fevereiro, o saldo de empregos formais em Minas Gerais mostrou estabilidade em março. No mês passado, o Estado totalizou 144.109 contratações e 144.115 demissões, resultando em déficit de apenas 6 postos de trabalho, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O resultado foi de estabilidade, apesar das demissões no comércio.
O saldo negativo de 6 vagas em março deste ano ficou bem abaixo do patamar registrado em igual mês de 2016, quando o déficit em Minas Gerais chegou a 7.979. Naquela época, foram apuradas 148.008 admissões e 155.987 desligamentos.
Quando considerado o acumulado do primeiro trimestre, a geração de empregos no Estado segue positiva em 9.969 vagas. Ao todo, de janeiro a março foram 423.587 profissionais contratados contra 413.618 dispensados. O resultado supera significativamente os números dos primeiros três meses de 2016, quando houve déficit de 26.975 postos de trabalho no Estado.
No acumulado dos últimos 12 meses, no entanto, o resultado do mercado de trabalho em Minas segue negativo. Com um total de 1,643 milhão de admissões contra 1,727 milhão de demissões, o déficit chega a 83.880 vagas no período. Vale destacar, porém, que na mesma época do exercício anterior, este número era negativo em 214.125.
De acordo com o balanço do Caged, o comércio puxou para baixo o desempenho do emprego formal em Minas Gerais no mês passado, com 5.550 vagas fechadas. Em março, o setor admitiu 33.400 pessoas, mas demitiu outras 38.950.
Os serviços industriais de administração pública também apresentaram desempenho negativo no terceiro mês de 2017. Neste caso, as contratações somaram 315; as demissões, 640 e o saldo do mês ficou negativo em 325.
De maneira semelhante, a indústria da transformação fechou março com menos 116 vagas, resultado oriundo de 23.527 contratações e 23.643 desligamentos.
Na outra ponta, a agropecuária gerou 4.624 empregos no terceiro mês deste exercício, a partir de 16.803 profissionais admitidos e 12.179 demitidos. O resultado pode estar relacionado à colheita da safra de grãos.
No acumulado deste ano, o comércio foi o único setor que apresentou déficit. Ao todo foram eliminados 14.666 empregos formais, com 94.695 contratações e 109.361 demissões. Por outro lado, a indústria da transformação foi o setor que mais criou vagas nos primeiros três meses de 2017: 7.882.
Já no acumulado dos últimos 12 meses, o pior resultado continua sendo o da construção civil, cujo déficit chega a 29.971 (202.202 admissões e 232.173 dispensas), seguido do setor de serviços (-24.688) e indústria da transformação (-20.615). A agropecuária foi a única atividade com superávit neste período: 2.992.
Nacional
O Brasil perdeu 63.624 vagas formais de emprego em março deste ano, de acordo com dados do Caged. No trimestre, o Brasil registra fechamento líquido de 64.378 empregos. Em março do ano passado, o saldo foi negativo em 118.776 vagas.
O resultado foi pior que o intervalo de estimativas de analistas do mercado financeiro consultados. A pesquisa consultou 18 instituições, cujas previsões iam do fechamento de 37 mil vagas à abertura de 40 mil postos de trabalho. O número de março ficou abaixo da mediana das previsões, que indicava abertura de 9.954 pontos no mês passado.
Mara Bianchetti
Fonte: Diário do Comércio de Minas