Aumento de furtos obriga varejistas a investir em soluções de prevenção

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São Paulo - A prevenção de perdas no varejo ganhou mais importância para o setor nos últimos anos, já que a propensão ao furto e a necessidade de uma gestão mais eficiente aumentaram com a recessão. Diante desse cenário, empresas como a Coop e a Magazine Luiza têm intensificado o investimento em tecnologias e soluções.

 

"Com a crise, a gama de produtos com alto risco de furto - como carnes e bebidas alcoólicas - ampliou para itens de menor valor. As tentativas [de furto] também aumentaram e, por isso, as empresas do ramo passaram a dar mais atenção para a prevenção de perdas", afirma a responsável pela área de prevenção de perdas da Cooperativa de Consumo (Coop), Vanessa Urbieta da Silva.

 

O presidente do Instituto Brasileiro de Executivos do Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), Claudio Felisoni, acrescenta ainda que "pela necessidade dos controles serem mais eficientes, [na crise], a área de prevenção de perdas ganhou visibilidade maior dentro das varejistas."

 

Exemplo dessa realidade, a rede de supermercados Coop têm investido na implementação do software de monitoramento Gatecash. A ferramenta, desenvolvida pela Gunnebo, acompanha a movimentação financeira dos caixas das lojas - através de câmeras - e compara com os dados da nota fiscal (o intuito é identificar as perdas e evitar fraudes). A solução começou a ser instalada em meados de 2016 e está presente hoje em 12 unidades. O objetivo é que ainda este ano o Gatecash esteja em todas as 30 operações.

 

Com o uso da solução, a varejista relata ter diminuído em cerca de 30% o número de 'quebras não identificadas', ou seja, produtos que eram perdidos e cuja causa não tinha como ser determinada. Além do aporte na ferramenta, Vanessa diz que a rede teve que intensificar e tornar mais rígida a fiscalização dentro das lojas.

 

Magazine Luiza

Outro exemplo da maior preocupação com a prevenção de perdas é a rede Magazine Luiza. Com o intuito de evitar furtos nas unidades, a empresa também investiu em uma solução da Gunnebo, os cadeados eletrônicos - que têm sido instalados principalmente em smartphones e tablets.

 

"A Magazine Luiza estava procurando formas de melhorar a eficiência, e identificaram uma oportunidade de expor de forma mais agressiva os celulares mais caros - que possuem uma margem maior. Pelo alto risco de furtos, contrataram nossos cadeados eletrônicos", afirma o diretor comercial da Gunnebo Brasil, Hailton Santos. Por meio de um dispositivo eletrônico, os cadeados prendem os aparelhos à mesa em que estão expostos, permitindo que sejam testados, mas reduzindo o risco de furto.

 

A ferramenta já foi implementada em cerca de 280 unidades da rede varejista e a perspectiva, segundo Santos, é que mais 120 lojas da Magazine Luiza recebam a solução ainda neste ano. Ele conta que a expectativa é que os cadeados eletrônicos continuem sendo instaladas nas unidades ao longo dos próximos anos, chegando, eventualmente, a totalidade. "A empresa não abriu números sobre o impacto no número de furtos, mas informou que o desempenho das lojas onde os cadeados foram implementados ampliou em cerca de 5,5%", afirma.

 

Assim como Vanessa, da Coop, ele também credita a maior atenção dos varejistas a prevenção de perdas ao aumento dos furtos com a recessão. Na empresa, especializada em soluções para o varejo, isso tem se refletido no faturamento, que no primeiro trimestre deste ano aumentou 40%, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Apesar da maior relevância que o tema tem ganhado nos últimos anos, tanto Santos quanto Felisoni apontam que o nível de perdas no varejo brasileiro ainda é muito alto, frente a outros mercados.

 

De acordo com o diretor comercial da Gunnebo boa parte das empresas do ramo ainda não investem como deveriam, tanto em equipamentos quanto em equipes voltadas apenas para a melhoraria da prevenção. Felisoni, do Ibevar, concorda, mas acrescenta que o investimento em tecnologia é importante, mas que ele precisa ser precedido pelo treinamento da equipe. "O envolvimento dos funcionários é fundamental, e muitas varejistas ainda não investem nisso."

 

 


Fonte: DCI São Paulo

 


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