São Paulo - O gastos das lojas brasileira com taxa para cartões de crédito caiu em 2016, segundo dados da Boanerges & Cia. No ano passado a retração ficou na casa dos 4% ante 2015, com R$ 24,4 bilhões repassados às administradoras de cartões.
Na mesma medida em que caíram os gastos provenientes dos pagamentos por meio do 'dinheiro de plástico' as taxas cobradas pelas administradoras das máquinas de cartões também caíram. Em 2016 a retração foi de 2,21%, na sétima baixa consecutiva. "A queda se dá desde o fim da exclusividade entre as principais credenciadoras e bandeiras em 2010. Ano passado parece ter refletido a abertura do credenciamento de bandeiras onde ainda existia exclusividade, o que aumentou a competição no setor", dizia a avaliação da Boanerges & Cia, divulgada ontem. Segundo o estudo, gasto total dos estabelecimentos comerciais com as taxas de cartões de crédito e débito foram divididos em R$ 17,8 bilhões no crédito e R$ 6,5 bilhões no débito Trata-se do segundo ano consecutivo em que as despesas dos lojistas com as taxas dos cartões registra queda real.
Para o consultor da Boanerges & Cia, Vitor França, a causa queda está relacionada ao menor custo das vendas no débito para os lojistas e à migração mais intensa para os meios eletrônicos nos pagamentos de menor valor.
Além disso, destaca o consultor, setores como o de móveis e eletrodomésticos e o de vestuário, onde é mais elevada a participação dos cartões de crédito nas vendas, são exatamente os que mais sofrem com a crise por causa da baixa disposição das famílias a se endividar e da menor oferta de empréstimos por parte de bancos e financeiras.
Após ter registrado queda real em 2015 (-0,6%), o faturamento total das vendas no cartão ficou praticamente estável em 2016 (+ 0,2%). Segundo a consultoria, o resultado é reflexo direto da crise e da queda do volume de vendas. "O desempenho do faturamento dos cartões pode ser considerado um dado positivo para o setor quando comparado à queda de 6,2% do volume das vendas do varejo e de 5% do volume de serviços prestados apuradas pelo IBGE", comentou ele, que completa: "Isso indica, portanto, que o cartão continua ganhando participação nos pagamentos realizados pelas famílias brasileiras", afirmou ele, por meio de nota.
Fonte: DCI São Paulo