Os produtores mineiros participantes do programa Balde Cheio, desenvolvido pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) com o apoio da Embrapa, têm conseguido resultados tão bons quanto os de grandes produtores internacionais de países referência no setor. Foi o que apurou levantamento foi feito nos últimos dois anos por pesquisadores da Embrapa a partir da aplicação do questionário Índice de Atualização Tecnológica – IAT.
Segundo a pesquisa, 76,2% das vacas de propriedades atendidas pelo Balde Cheio estão em lactação, número muito próximo do objetivo da atividade leiteira, que é 83%. Também foi apurado que 52% dos rebanhos são de vaca, um número muito acima do último diagnóstico da pecuária de leite realizado em 2005, em Minas Gerais, que foi de 35%. No item produtividade os resultados apontam para 4.484 litros de leite por hectare ao ano, índice semelhante aos da Argentina, Uruguai e Nova Zelândia. A pesquisa mostra, ainda, que o fluxo de caixa tem sido positivo, com uma média mensal de R$ 3.549,82.
Os indicadores demonstram que o Programa Balde Cheio em Minas Gerais caminha de modo bastante positivo, apresentando resultados consistentes em produtividade e renda. Os pesquisadores atribuem os bons resultados à presença de um técnico especializado em pecuária intensiva no acompanhamento das atividades junto aos produtores.
O diretor da Faemg, Rodrigo Alvim, anunciou que a entidade espera, a partir de 2018, avaliar os indicadores por tempo de participação no programa, potencializando as análises. “Poderemos comprovar ainda mais os resultados positivos, uma vez que a prática de gestão produtiva é fator fundamental para sucesso na atividade. Os resultados mostram que o produtor participante está satisfeito e investindo cerca de 30% de sua margem na atividade. Isso nos sinaliza, mais uma vez, a importância da continuidade das”, destaca.
Ajustes - Para o coordenador de Formação Profissional Rural do Senar, Luiz Ronilson Paiva, os resultados permitem identificar os gargalos na capacitação do produtor rural, o que pode contribuir para ajustes nos cursos promovidos pelo Senar. “Temos um diagnóstico mais preciso e poderemos qualificar melhor os produtores, baseando-nos também nos problemas identificados regionalmente”, anunciou.
A avaliação é compartilhada pelo pesquisador da Embrapa, André Novo. “Com a avaliação dos resultados verificamos o quanto os fatores de produção podem ser modulados de acordo com a realidade de cada produtor, em todas as regiões do Estado. O Balde Cheio incentiva a introdução de novas tecnologias e o investimento em produtividade, além do melhoramento genético dos rebanhos. Oferece assim ferramentas para ampliar as medidas de gestão e organização das propriedades. Essa é a prática do programa desde sua gênese”, explica.
O programa Balde Cheio foi desenvolvido pela Embrapa Pecuária Sudeste para difundir inovações que proporcionem aumento da rentabilidade a produtores de leite de todos os portes. Foi implementado em Minas Gerais, em 2007, pelo Sistema Faemg. A dinâmica do programa consiste na capacitação de técnicos contratados por entidades parceiras para assistirem aos produtores. O Balde Cheio oferece aos produtores assistência técnica especializada para incentivar o crescimento e a produtividade do setor. Com informações da Faemg.
Fonte: Diário do Comércio de Minas