O déficit da Previdência Social deve atingir R$ 202 bilhões em 2018, apontou o Ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Henrique de Oliveira, ao participar de evento do setor imobiliário, realizado na última sexta-feira, em São Paulo.
Ele também calculou o déficit das pensões dos servidores públicos em R$ 70 bilhões. "Existe uma tentativa de se dizer que não existe déficit na previdência. Ele existe sim e está crescendo muito rápido para R$ 202 bilhões em 2018. Um aumento nesse gasto de R$ 50 bilhões representa o dobro dos R$ 25 bilhões de investimento [público] na economia", comparou.
A previsão para 2017 está calculada em R$ 175 bilhões, após um rombo de R$ 149,73 bilhões em 2016, e de R$ 85,81 bilhões no exercício de 2015.
Oliveira contou que as despesas com previdência já representam 57% do orçamento federal. "O governo se transformou numa máquina de redistribuir dinheiro, tira de uma parte da economia para pagar à outra", comentou o ministro aos participantes do Fórum LIG promovido pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).
Aos jornalistas, Oliveira disse que esse rombo é "insustentável" e repetiu a expectativa da equipe econômica de que a Reforma da Previdência Social será pautada para votação em setembro na Câmara dos Deputados, com a aprovação [prevista] até o final do próximo mês de outubro. "Estamos conversando com as lideranças do Congresso e a nossa intenção e desejo é de que isso avance o mais rápido possível. Essa é a reforma mais importante para estabilização fiscal do País", afirmou o ministro.
Avaliação da arrecadação
Presente no mesmo evento, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse à imprensa que o governo federal fará uma avaliação sobre a arrecadação tributária antes de tomar qualquer decisão sobre uma eventual mudança na meta fiscal deste ano, que é de um déficit primário de R$ 139 bilhões.
"A economia [crescendo neste semestre] tende a ajudar na arrecadação. Temos que analisar essa questão [de mudança na meta fiscal] com muito cuidado e responsabilidade", ponderou Meirelles.
Questionado pelo DCI sobre os estudos para elevar tributos sobre o consumo das famílias ou sobre a renda, o ministro respondeu que o aumento do PIS e Cofins sobre combustíveis foi adotado, e o governo espera receitas extraordinárias com: a reoneração da folha de pagamento, precatórios, licitações de hidrelétricas, outorgas de aeroportos e privatizações.
"Devemos arrecadar o necessário", assegurou Meirelles, adiando a discussão da necessidade de mais impostos para frente, a depender de avaliações "posteriores" sobre a arrecadação federal do governo.
Fonte: DCI São Paulo