As despesas operacionais de Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul devem exceder as receitas de operação em 3,4% até o fim de 2017. O suporte da União, porém, pode ajudar a reduzir este déficit, mas não eliminá-lo. É o que aponta relatório da Fitch Ratings, divulgado ontem.
De acordo com a Fitch, até o momento, as medidas de ajuste fiscal dos estados não foram suficientes para zerar o déficit. Por exemplo, o saldo operacional do Rio de Janeiro foi negativo em 2016, apesar de as despesas terem aumentado menos de 1%. A partir de agora, no entanto, o corte de despesas terá cada vez mais dificuldade nesses campos - política e socialmente.
O Rio de Janeiro chegou a atrasar o pagamento de salários de servidores de áreas essenciais por mais de seis meses, e os custos com aposentadoria vêm aumentando em ritmo acelerado. As tentativas de melhorar a arrecadação de impostos e aumentar as receitas foram parcialmente bem-sucedidas.
Ainda conforme a agência, o Rio de Janeiro declarou estado de calamidade financeira em junho passado, pedindo suporte federal direto em troca de reformas, incluindo a privatização de empresas. O Rio Grande do Sul também solicitou ajuda da União, em novembro, e Minas Gerais seguiu o mesmo caminho em dezembro. Juntos, os três representam quase um terço do Produto Interno Bruto (PIB).
A agência apontou ainda que em 2017, 85% das despesas relacionadas ao serviço da dívida do Rio de Janeiro se referem ao governo federal. Esses pagamentos serão adiados por três anos se o Tesouro aprovar o pedido de suporte fiscal feito pelo Rio de Janeiro. As projeções da Fitch indicam que o adiamento reduziria as despesas do estado em R$ 15,1 bilhões ao longo de três anos.
O Rio negocia R$ 3,5 bilhões com credores privados, que seriam garantidos totalmente pelo governo federal. O plano de recuperação exige a venda de ativos, como a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae). /Agências
Fonte: DCI São Paulo