São Paulo - A BRF quer atuar de maneira mais intensa no segmento de baixa renda a partir do primeiro trimestre de 2018. A empresa anunciou na sexta-feira passada que terá uma terceira marca do mercado de alimentos processados, além dos selos Sadia e Perdigão.
O vice-presidente de negócios da companhia no Brasil, Alexandre de Almeida, afirmou durante teleconferência com os analistas que a terceira marca permitirá à BRF ingressar em um segmento de mercado em que não está presente atualmente e que compõe mais de 30% do mercado brasileiro de alimentos processados. "A terceira marca terá função de otimizar a cadeia, permitindo melhor aproveitamento de sobras de matéria-prima", disse ele.
O novo selo da companhia ainda não foi divulgado.
"Com o fim das restrições do Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica], aprovamos no conselho uma nova marca que vai atuar no segmento de entrada com preços atrativos", afirmou o CEO da BRF, Pedro Faria.
Já o presidente do conselho de administração da BRF, Abilio Diniz, destacou que a companhia está "muito confiante" sobre a criação da nova marca e que ela deverá "acrescentar participação de mercado" e elevar a produtividade do grupo já que a produção destinada para o selo vai ajudar a ocupar capacidade industrial instalada e que não é utilizada pela empresa, atualmente.
Segundo Almeida, a introdução de uma terceira marca não tira foco da BRF nas marcas Sadia e Perdigão nos pontos em que ambas atuam hoje. "Na questão de distribuição, é importante não ter canibalização e, por isso, vamos apostar em uma distribuição independente", explicou o executivo.
A BRF registrou prejuízo de R$ 167 milhões no segundo trimestre, pressionada pelos impactos de custos gerados pela operação Carne Fraca, da Polícia Federal, deflagrada em março e que prejudicou exportações do setor. No segundo trimestre de 2016, a companhia lucrou R$ 31 milhões.
No mesmo período a receita líquida somou R$ 8 bilhões, um recuo de 5,7%.
Apesar do terceiro trimestre consecutivo de resultado fraco, durante a teleconferência com analistas, os executivos demonstraram confiança num terceiro trimestre melhor uma vez que a companhia poderá capturar o impacto da queda do preço dos grãos - usados na produção de ração para animais - que vem ocorrendo desde o final do ano passado.
Fonte: DCI São Paulo