São Paulo - A produção brasileira de algodão deverá atingir 1,7 milhão de toneladas na safra 2017/2018, incremento de 13,3% em relação ao ciclo atual. A área para o plantio no Brasil no próximo ciclo deve alcançar 1,1 milhão de hectares, alta de 17% na comparação com a safra anterior.
"Esse desempenho dependerá, entre outros fatores, do início do período de chuvas para que o plantio da soja comece e as áreas estejam liberadas para o algodão em janeiro, período ideal para a produção", afirma o presidente da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), Arlindo Moura.
O segundo levantamento da cultura será apresentado pela associação na próxima reunião da Câmara Setorial do Algodão, em Brasília, no dia 29 deste mês, e deve seguir em linha com as previsões atuais. "Como muitos produtores já venderam a safra, esse crescimento previsto deve se concretizar", diz Moura. Ele estima que aproximadamente 40% da safra 2017/2018 já tenha sido negociada.
Ele destaca que o crescimento ocorre em um cenário positivo de encerramento de safra 2016/2017, com produção que deve chegar a 1,5 milhão de toneladas de pluma, alta de 23% em relação à safra anterior, em uma área 2,4% inferior na mesma base de comparação. A colheita deve terminar nesta semana. "A safra teve resultados superiores aos que imaginávamos", afirma Moura. "Tivemos um clima favorável e a janela de plantio na época certa, que resultaram em uma produtividade acima da média", complementa.
Neste ano, a safra deve encerrar com produtividade de 1,6 mil quilos por hectare, 27% acima dos 1,2 mil quilos por hectare do ciclo anterior, no qual o resultado havia sido prejudicado pelo clima e também pelo atraso no período de plantio. A média histórica é de 1,5 mil quilos. A cotação da commodity recuou nas últimas três semanas, mas é considerada favorável por Moura. "A maioria dos produtores já vendeu a próxima safra e negociou bem." Há um mês, a cotação estava em 0,79 centavos de dólar por libra-peso; agora, está em 0,70 centavos de dólar.
Mato Grosso
O Estado de Mato Grosso, principal produtor do País, deve responder por 1,1 milhão de toneladas no próximo ciclo, o equivalente a 65% da produção prevista pela Abrapa. A área estimada para o Estado é de 705 mil hectares, alta de 12,1% ante o último ciclo.
O presidente da Associação Mato-grossense de Produtores de Algodão (AMPA), Alexandre Schenkel, acredita que esse aumento de área poderá chegar a até 15%. "Os preços não estão excepcionais, mas estão bons, o que estimula o produtor. Além disso, a cultura tem uma característica de antecipação de vendas, o que dá segurança para que o produtor faça o planejamento da safra", avalia.
Fonte: DCI São Paulo