Com abate diário de 2 mil cabeças e exportando cerca de 70% da produção, o Mataboi Alimentos, frigorífico de abate de bovinos e comércio de carnes, pertencente à JBJ Agropecuária, com unidades em Araguari, no Triângulo Mineiro, e Santa Fé de Goiás (Goiás), vem apresentando resultados positivos. Após seis anos em recuperação judicial, a empresa anunciou o fim do processo. O Mataboi deve encerrar o ano com faturamento próximo a R$ 2 bilhões e ocupando o 4ª lugar entre os maiores exportadores do País.
Entre os projetos, estão investimentos de R$ 12 milhões na unidade mineira.
De acordo com o diretor-presidente do Mataboi, José Augusto de Carvalho Junior, a demanda pela carne bovina é crescente no mercado externo, o que vem contribuindo para o crescimento do Mataboi. Atualmente, o frigorífico exporta cerca de 70% da produção, atendendo 30 países e cerca de 150 clientes no comércio mundial. Os principais mercados atendidos são a Europa, o Oriente Médio e a Ásia. O Mataboi está habilitado para exportar para mais de 100 países.
No primeiro semestre de 2017, as exportações do Mataboi cresceram 57% quando comparadas com o mesmo período do ano anterior, passando de US$ 118 milhões para US$ 185 milhões. A receita líquida total da empresa neste período passou de R$ 728 milhões para R$ 908 milhões, crescimento de 24,7%.
O crescimento nas exportações é atribuído à diversificação do mercado atendido, o que também foi importante para minimizar os efeitos da Operação Carne Fraca.
“Abatemos 2 mil cabeças por dia e vendemos mensalmente mais de 12 mil toneladas de carne. Somos atualmente o quarto maior exportador de carne bovina do País e estimamos faturar cerca de R$ 2 bilhões neste ano. Conseguimos encerrar o processo judicial e estamos nos consolidando novamente como um frigorífico forte e tradicional”, explicou Carvalho Junior.
Este ano, a previsão é investir cerca de R$ 12 milhões na unidade mineira. O montante será aportado na área de segurança, nas adaptações necessárias para atender às instruções normativas em relação a questões ambientais e trabalhistas e na modernização da produção.
Mercado interno - A demanda em alta tem sido fundamental para os resultados positivos alcançados pelo frigorífico. Segundo Carvalho, apesar do crescimento, o mercado interno para a carne bovina está enfraquecido em função do alto índice de desemprego e da queda da renda da população. Estes fatores estimulam a migração de consumo para proteínas mais baratas como suínos e frangos. No primeiro semestre deste ano, as vendas do Mataboi no mercado nacional chegaram a R$ 344 milhões, valor 13% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior.
“O mercado interno está bem mais recessivo. Acho que Brasil tem demonstrado evolução positiva nos indicadores, mas ainda existe muita incerteza no âmbito político, o que deixa o consumo mais cauteloso. A demanda pela carne bovina é afetada quando se tem preocupação e o consumidor migra para proteínas mais baratas. Acredito que a demanda pelo produto vai melhor com a retomada da economia”.
História - Com sede em Araguari, o Mataboi está há 68 anos no mercado. A empresa iniciou as atividades em 1949 com o nome Companhia Industrial de Carnes Ltda. Em função de dificuldades financeiras, a empresa pediu recuperação judicial em 2011 e foi obrigada a fechar algumas unidades industriais, mantendo a operação em Araguari e Santa Fé.
Ao final de 2014, o endividamento do Mataboi atingiu cerca de R$ 480 milhões e o patrimônio líquido estava negativo em R$ 320 milhões, colocando a empresa em estado pré-falimentar. Neste período, o Grupo JBJ adquiriu a empresa, aportando mais de R$ 260 milhões de capital próprio para quitar parte das dívidas trabalhistas, financeiras e tributárias.
A partir do aporte, para reerguer a empresa e garantir os empregos, o Mataboi investiu na reestruturação operacional, promovendo a redução de custos e aumento da lucratividade.
“Com a aquisição do Mataboi pelo Grupo JBJ houve melhoria na infraestrutura, na produção e readequação de políticas comerciais, melhorando o faturamento e o resultado financeiro. A empresa também aumentou a participação no mercado internacional, conseguindo habilitações em novos países e mercados”, disse o diretor presidente do Mataboi, José Augusto de Carvalho Junior.
Fonte: Diário do Comércio de Minas