Nos últimos anos, uma das regiões que mais tem sido afetada pela seca é o Norte de Minas Gerais. Somente em 2017, as perdas totais estimadas na agricultura e pecuária chegam a R$ 3 bilhões.
De acordo com os dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), a bovinocultura foi severamente prejudicada, principalmente a de corte, que acumula prejuízos em torno de 2,52 bilhões somente em 2017.
As perdas diretas na atividade pecuária de corte somam R$ 775,1 milhões, e as indiretas, R$ 133,2 milhões. A combinação das altas temperaturas com a falta de água matou as pastagens e causou danos de R$ 1,6 bilhão. Na pecuária de leite, os prejuízos estão estimados em R$ 58,78 milhões.
Na agricultura, com base na diferença entre a expectativa de produção em janeiro e a produção estimada em maio de 2017, o Norte de Minas Gerais registrou prejuízos em torno de R$ 423,9 milhões.
No período, as culturas mais afetadas foram a banana-prata, com perdas estimadas em R$ 106 milhões, café arábica (R$ 171,6 milhões), mandioca (R$ 33,2 milhões), feijão (R$ 58,4 milhões), milho (R$ 27,2 milhões), cana-de-açúcar (R$ 13,7 milhões) e soja com prejuízo de R$ 12,1 milhões.
De acordo com extensionista da Emater-MG, unidade Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, José Arcanjo Marques, o regime pluviométrico na região está irregular, o que vem causando grandes prejuízos à produção rural e à economia das cidades.
“O cenário da área rural de Montes Claros é semelhante a todo o Norte de Minas. Estamos enfrentando o período de seca há seis ciclos consecutivos. Chove, mas abaixo da média e mal distribuído. A falta de água provocou uma perda generalizada nas lavouras, degradação e morte das pastagens impactando na produção de leite e de corte. Mais de 70% da área de pastagem foram perdidas e ocorreu o secamento dos cursos de água. A situação é crítica”, explicou.
Em Montes Claros, segundo Marques, houve frustração nas safras de feijão, milho, mandioca, sorgo e cana-de-açúcar.
“O índice de perda varia de cultura para cultura, ficando entre 50% e 95%. O feijão foi o mais atingido pela seca e 95% da produção foram perdidas. Os pecuaristas, para não deixar o gado morrer, estão vendendo os bezerros em torno de R$ 700, sendo o preço normal de R$ 1.000. É um prejuízo muito grande para a região”, explicou Marques.
Fonte: Diário do Comércio de Minas