A Bunge pode conseguir o melhor valor para seu negócio de açúcar no Brasil ao lançar uma oferta pública inicial (IPO, em inglês) da unidade, disse na quarta-feira (1º) o presidente-executivo da companhia, Soren Schroder, quatro anos após começar a explorar possibilidades de venda.
Schroder está avaliando um IPO no momento em que um excedente global de produtos agrícolas abalou os lucros do negócio principal de operação de grãos e unidades de processamento da Bunge e de suas concorrentes, forçando cortes de gastos.
"Parece ser um jeito pelo qual conseguiremos o melhor valor justo pelos ativos", disse Schroder sobre um IPO do negócio de açúcar, falando em uma entrevista após a companhia divulgar que registrou lucro menor na comparação anual pelo terceiro trimestre consecutivo.
A gigante está no processo de separar financeiramente seus negócios de açúcar e bioenergia, que reportam resultados conjuntamente, para mostrar que a companhia ainda está trabalhando para reduzir sua exposição às operações de açúcar.
Em 2013, a companhia começou a explorar a venda de suas usinas de cana-de-açúcar que davam prejuízo, que agora estão dando lucro.
Melhorias no mercado de ações do Brasil poderiam ajudar a abrir caminho para uma oferta pública inicial do negócio de açúcar.
"O mercado brasileiro pode estar ficando pronto para receber esse tipo de IPO", disse Schroder, em apresentação de resultados trimestrais.
Os ganhos no setor de açúcar e bioenergia caíram 77% ante um ano atrás para US$ 8 milhões no terceiro trimestre encerrado em 30 de setembro, e a Bunge reduziu sua projeção para os ganhos do segmento no ano.
A Bunge entrou no mercado mundial de açúcar como trader em 2006, e desde então construiu uma forte posição na comercialização e produção de açúcar e etanol.
A empresa está entre as líderes no processamento de cana do Brasil e opera oito usinas com capacidade combinada de aproximadamente 21 milhões de toneladas por ano, segundo informação divulgadas no site da Bunge.
Fonte: Reuters