São Paulo - A safra de laranja 2017/18 no parque citrícola de São Paulo e Minas Gerais, principal região produtora do Brasil, deve alcançar quase 400 milhões de caixas e ser a maior desde a temporada 2011/12, em meio a chuvas favoráveis e ganho de peso dos frutos, disse, ontem, o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).
Em sua quarta e última estimativa para o ciclo vigente, o Fundecitrus apontou uma produção de 397,27 milhões de caixas na região, alta de 3,1% sobre o esperado em dezembro e de 9% ante o número inicial, de maio.
O volume é ainda expressivos 62% maior na comparação com as cerca de 245 milhões de caixas de 2016/17, o que deve ajudar na recomposição dos estoques de suco de laranja do Brasil, maior produtor e exportador da commodity. A temporada passada foi marcada por problemas climáticos, que não se repetiram no ciclo atual.
“O que mais puxou a safra para cima foi o ganho de peso dos frutos. Não esperávamos tanta chuva, que ficou 25% acima da média histórica entre outubro e janeiro. Não era esperada uma chuva tão forte assim”, comentou o coordenador da pesquisa do Fundecitrus, Vinícius Trombin, à Reuters.
As precipitações proporcionam um maior acúmulo de água nos frutos, resultando em maior peso. O Fundecitrus projeta, agora, um peso médio de 165 gramas por fruto, contra 162 gramas na estimativa de dezembro.
Além disso, tratos culturais e redução na taxa de queda de frutos também contribuem para uma produção maior. Segundo Trombin, a queda está cerca de um ponto percentual menor em relação ao valor projetado inicialmente.
Segundo o Fundecitrus, as chuvas abundantes em todas as regiões produtoras do cinturão citrícola ocorreram no período de outubro a janeiro. O efeito dessas chuvas foi observado, principalmente, na variedade Pera Rio e com mais intensidade nas variedades tardias em função da época de colheita.
Caso se confirme, a safra de laranja 2017/18 no cinturão produtor do Brasil será a maior desde 2011/12, quando foram colhidas 416 milhões de caixas, afirmou Trombin, lembrando que já houve no passado volumes ainda maiores que esses.
Fonte: Diário do Comércio de Minas