Após 11 dias de paralisação dos caminhoneiros, o abastecimento de alimentos no Rio de Janeiro começa a se normalizar. No Centro de Abastecimento do Estado da Guanabara (Cadeg), em Benfica, na Zona Norte do Rio, nesta quinta-feira, algumas famílias aproveitaram o feriado para almoçar e ainda abastecer os estoques de casa. Também nesta quinta-feira os artigos que estavam em falta durante movimento dos caminhoneiros voltaram a ser comercializados normalmente na Central de Abastecimento do Estado do Rio (Ceasa-RJ), em Irajá, na Zona Norte do Rio. Para facilitar o abastecimento, excepcionalmente os estabelecimentos na Ceasa funcionaram neste feriado.
O professor Claudio Francioni comprou beterraba, berinjela e limão pelo preço usual, mas ainda não encontrou banana madura. Segundo o distribuidor de frutas e legumes, Fernando Santos, somente a banana verde chegou e estava sendo vendida pelo mesmo preço que antes da greve dos caminhoneiros, R$ 6 a penca. Ele também comemorou as vendas:
— A clientela veio bastante hoje. Está tudo normalizando aos poucos!
De acordo com o diretor financeiro do Cadeg, Jorge Coelho, o movimento começou a se normalizar na terça feira, quando começaram a chegar as verduras. Nessa madrugada, chegaram ovos e batata e muitos vendedores que não costuma abrir feriado abriram as lojas para recuperar o prejuízo financeiro dos dias parados.
— Acredito que segunda-feira, os preços já devem voltar ao normal e o estoque já esteja completamente normalizado — supôs.
Até lá, ninguém na casa da administradora Luciana Vianna vai comer ovo. Isso porque a cartela com 20 unidades estava saindo a R$15, enquanto o comum era comprar a cartela com 30 ovos por R$ 8 a R$10.
— Eu consumo uma cartela dessa no máximo em quatro dias, porque lá em casa todo mundo gosta. Mas não vou comprar porque acho que a gente não tem que ser conivente com os altos preços — explicou.
Os preços começaram a baixar, mas ainda não atingiram o patamar inicial. A caixa de tomate era vendida a R$70, durante a greve foi encontrada por R$150 e, neste feriado, estava saindo a R$120 reais. O saco de batata lavada, que estava R$500 caiu para R$170. Já os ovos, que não eram encontrados, são comercializados por R$120 (30 dúzias). De acordo com Josafá da Silva, dono da loja do PB, hoje é o primeiro dia que os ovos chegaram, mas ainda faltam algumas mercadorias como pimentões vermelho, amarelo e batata baroa. O distribuidor de batatas e ovos, Cláudio Lima, que ficou em casa durante a greve por não trabalhar com outra mercadoria, celebrou a chegada dos produtos.
—Hoje teve muita procura. Até meio-dia, vendi cerca de 180 caixas de ovos — calculou.
Família almoça na Cadeg e aproveita para comprar os alimentos que estavam em falta na geladeira
A professora Rejane Amorim aproveitou o dia para comprar hortaliças e almoçar com a família. Entretanto, não levou itens que ainda estão inflacionados, como o tomate, por exemplo, que é vendido a R$8 cada kg. Já a aposentada Marise Mercuri, que ficou mais de uma semana sem comer verduras, se surpreendeu com algumas ofertas.
— Não esperava conseguir comprar salsa, espinafre e couve a R$1,00 — festejou.
Apesar do movimento, Rodrigo Ribeiro, dono da Adega Cesari, calcula um prejuízo de 40% em seu faturamento durante os dias de greve, já que o número de clientes diminuiu e ele teve que comprar os ingredientes dos pratos a preços mais caros.
Fonte: O Globo